São Paulo, quinta-feira, 28 de março de 2002
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boquiaberto

Ovos abençoados
O jejum da Quaresma, período de 40 dias entre a Quarta-Feira de Cinzas e o Domingo de Páscoa, não é mais o mesmo. Hoje em dia, é vetado apenas o consumo de carne às sextas-feiras, principalmente na Sexta-Feira Santa. Antigamente, porém, os preceitos religiosos eram mais rígidos. Durante toda a Quaresma, as pessoas não podiam comer carne nem ovo. Para festejar a ressurreição de Cristo e o fim do jejum, as pessoas presenteavam amigos e parentes com ovos, que eram levados para serem benzidos na missa do Domingo de Páscoa. Esse ritual foi sendo aprimorado com o tempo. Os ovos passaram a ser pintados, como ainda são em alguns países, entre eles Polônia e Romênia. Os primeiros ovos de chocolate surgiram há cerca de 150 anos. Feitos à mão com moldes de lata e enfeitados com flores de açúcar e fitas, eram muito caros. Essa versão mais doce, mas menos benta que as anteriores, somente se popularizou no início do século 20, quando os ovos de chocolate passaram a ser produzidos em escala industrial.

Banquete da travessia
Festejada na mesma época da Páscoa, Pessach é um dos mais importantes feriados judaicos e comemora a travessia do mar Vermelho, quando os judeus se libertaram da escravidão no Egito e foram para a Terra Prometida. Durante os oito dias de Pessach, os judeus não podem ingerir nenhum alimento ou bebida à base de trigo, centeio, cevada ou espelta (espécie de trigo), a não ser a "matsá", um tipo de pão ázimo. A justificativa é que, no êxodo do Egito, os judeus não tinham tempo para fermentar seus pães. A comemoração inclui uma cerimônia chamada Seder, na qual se narram o final da escravidão e a viagem para a Terra Prometida e quando são consumidos alimentos com forte significado simbólico, entre eles "maror" -ervas amargas que representam a tristeza da escravidão- e "charôsset" -maçãs, peras e nozes trituradas com um pouco de vinho tinto, que lembram a cor e a consistência da argamassa usada pelos escravos judeus no Egito.



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