São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 2000
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Doenças de vestibulando

Dependendo da vulnerabilidade do estudante, o estresse pode constituir um fator de risco para várias doenças. E mais: elas podem não aparecer no momento, mas a longo prazo, em forma de uma úlcera, por exemplo.
O psiquiatra Sérgio Henriques Jr., que há seis anos se ocupa de vestibulandos, diz que um aluno que passa a estudar demais, reduzindo suas horas de sono, fica mais irritável e tenso. Tem mais probabilidade de se envolver em conflitos com as pessoas próximas e passar a sofrer com gastrites, cefaléias, depressão, diminuição da libido e até impotência.
A história da promotora de vendas Clarissa Ferreira Martins, de 18 anos, é um exemplo de como o estresse pode afetar um estudante. No ano passado, quando prestou vestibular pela primeira vez, ela estava "desencanada" até novembro. Às vésperas da prova, "caiu na real" e ficou ansiosa. Começou a apresentar queda de cabelo, o que o médico diagnosticou como decorrência do estresse. A experiência não serviu para muita coisa neste ano. "Tenho medo de que aqueles que não precisam trabalhar estudem mais e se saiam melhor", diz ela, que acaba de ganhar uma gastrite. "Estou comendo em horas erradas e vivo me empanturrando de porcarias."
Problemas com o peso são comuns. No ano passado Priscila Montebelo Begliomini, 20, candidata de medicina, engordou 5 kg. Estava com colesterol alto. Este ano, ela se antecipou, seguindo uma dieta passada pelo endocrinologista. "Não passar no vestibular e ainda ficar gorda é demais", reclama.


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