São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2010
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NOTAS

ARCA DO GOSTO
É um catálogo criado pelo movimento slow food com alimentos ou produtos considerados especiais pela comunidade e que correm risco de desaparecer - seja pela devastação do seu território de cultivo ou pela perda da receita tradicional. Já são mais de 750 itens no mundo, e 21 deles são do Brasil, como a marmelada de Santa Luzia, o pequi e o palmito juçara. A ligação com uma região geográfica e a produção artesanal e sustentável são critérios de inclusão na Arca. "A maioria dos produtos é nativa, mas alguns têm uma história longa no seu território, como o arroz vermelho", diz Roberta Sá, da comissão brasileira. EmSão Paulo, é possível encontrar alguns produtos da lista como umbu, licuri e baru.

TERRA MADRE
É um encontro mundial de produtores, representantes de comunidades locais, cozinheiros e acadêmicos, que acontece a cada dois anos, desde 2004. O primeiro Terra Madre foi realizado em Turim, na Itália, e reuniu 5. 000 produtores de várias artes do mundo. Nesses eventos, são discutidos temas como biodinâmica e engenharia genética.

FORTALEZAS
São projetos criados para viabilizar a produção e a comercialização de alimentos selecionados da Arcado Gosto. Participam das iniciativas pequenos produtores, técnicos e entidades locais. No Brasil, há nove desses projetos, sendo o do umbu o mais antigo. "As pessoas coletavam a fruta e tinham dificuldade de transportá-la para ser processada. Foram construídas minifábricas nas comunidades e, agora, as mulheres fazem o doce ao lado de casa", diz Roberta Sá. As fortalezas do aratu (crustáceo de Sergipe) e do pinhão da serra catarinense, foram criadas em 2008.

OFICINAS DO GOSTO
São encontros curtos, com degustações e palestras informais de produtores e especialistas, voltados à educação do paladar. Há degustação e comparações entre produtos da safra e os demais. No Rio, 3.000 crianças já participaram de oficinas sobre mandioca e tapioca.

PIQUENIQUES
Alguns adeptos do movimento transformaram os piqueniques tradicionais em curtas viagens gastronômicas. O chef Sauro Scarabotta,do restaurante paulistano Friccó, organiza reuniões do tipo desde o ano passado. Os grupos liderados por ele já visitaram pequenos produtores de cogumelos shiitake, em Mogi das Cruzes,e uma criação de javalis, em Araçariguama, no interior de São Paulo. "A ideia é aproximar produtores de alta qualidade e consumidores atentos", diz Scarabotta. Produtores explicam as propriedades do alimento e o modo de cultivo. Depois, as pessoas podem colher e comprar, tudo seguido de um almoço com comida local.

BOM, LIMPO E JUSTO
De acordo com os fundamentos do slowfood,o alimento deve ser saboroso, artesanal e cultivado sem causar mal à saúde, ao ambiente ou aos animais. Seus produtores devem receber um "valor justo" pelo trabalho. O ideal é que a produção seja agroecológica -em pequena escala e independente das pressões do mercado.

CONVIVIUM
São grupos locais em que se organizamos 100 mil associados ao slowfoodem todo o mundo, para fazer degustações e palestras. No Brasil, há grupos em 20 cidades. Cenia Salles, líder do Convivium de São Paulo, já programou visitas a um assentamento agrícola que segue os preceitos do movimento. "É o resgate do prazer, da convivência."


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