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Obra não impede piora na nota para enchentes

Avaliação caiu em bairros que são vítimas históricas de enchentes; moradores instalam mais comportas

DE SÃO PAULO

Na rua Iemanjá -rainha do mar ou das águas, no candomblé- a maioria das casas tem comportas ou garagens elevadas. É o reflexo do trauma das enchentes, drama que se repete ao longo dos anos toda vez que o córrego Aricanduva, a 200 metros dali, transborda.

O medo se refletiu na pesquisa Datafolha, que mostra queda na avaliação dos moradores em relação às cheias.

Embora não esteja entre as principais preocupações dos moradores em relação aos seus respectivos bairros, a avaliação caiu mesmo nos distritos que receberam obras de drenagem.

No distrito de Aricanduva, por exemplo, região onde está a rua Iemanjá, a nota caiu de 7,8 para 6,7.

A maior queda aconteceu na região do Belém, que oscilou de 8,1 para 6.

"Colocamos comportas aqui há uns oito anos. Mas já perdi sofá e estofamento do carro. No ano passado, não alagou. Tomara que o rio não transborde neste ano", disse à Folha o aposentado Miguel Fernandes Gil, 83, morador da Iemanjá.

Perto dali, para entrar na maioria das lojas de carros da avenida Aricanduva é necessário subir rampas.

No Jardim Helena, distrito na várzea do Tietê conhecido como Pantanal, a avaliação caiu de 5,7 para 5,2.

Entre o fim de 2009 e o início de 2010, a região ficou quase dois meses alagada. A Folha acompanhou o Natal dos moradores, com água até os joelhos, na época.

OBRAS ANTIENCHENTE

Por meio de nota, a prefeitura informou que aumentou os investimentos para combate a enchentes. Segundo o governo municipal, foram aplicados mais de R$ 800 milhões em obras de drenagem na cidade. "Na zona leste, foi resolvido um problema histórico: as inundações que há décadas ilhavam os moradores do Jardim Romano [região do Jardim Helena]", diz a nota. Naquela região, foi construído um piscinão.

Segundo a prefeitura, também foram feitas obras de canalização dos córregos Aricanduva, Itaquera, Ponte Rasa e Inhumas.

"No caso do córrego Aricanduva, está previsto novo investimento de R$ 316,6 milhões para ampliar a capacidade da bacia do córrego em um terço." O governo promete ainda dois piscinões na região e três parques lineares junto a eles.

(GIBA BERGAMIM JR.)

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