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CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Setor pesca especialista em zootecnia e veterinária
Recursos pesqueiros é área pouco explorada, e a de equinos abre vagas
MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Bioenergia, agroecologia, nutrição animal, farmacêutica
animal e genômica são algumas
das áreas em ascensão no campo das ciências agrárias.
"O país deu um salto de qualidade em pesquisas no setor nos
últimos dez anos. Dificilmente
se encontra área em que não tenha gente trabalhando", conta
Bernardette Franco, coordenadora-adjunta de ciência e tecnologia de alimentos da Capes.
Os coordenadores das quatro
subáreas de ciências agrárias
afirmam que praticamente não
há doutores desempregados.
Abrem-se vagas para eles
tanto nas empresas como em
universidades e instituições de
pesquisa, devido à necessidade
de multiplicar a produção de
alimentos e criar alternativas
ao aquecimento global.
Na medicina veterinária, diversos setores têm apresentado boa demanda, segundo o
coordenador da área na Capes,
Rodrigo Costa Mattos.
"O mercado de equinos é o
que mais emprega. Há cerca de
3,2 milhões de empregos diretos e indiretos na indústria de
equinos no Brasil", contabiliza.
O mar também está para peixe nas searas de recursos pesqueiros e engenharia de pesca.
"Há um grande potencial de
produção de peixes que é pouco explorado, mas o país ainda
depende de mandar pessoas
para o exterior para treiná-las",
comenta o coordenador de
zootecnia e recursos pesqueiros da Capes, Paulo Lopes.
Dos 43 programas de pós, 34
são sobre zootecnia e nove são
sobre recursos pesqueiros.
Doutor empregado
O biólogo Felipe Matarazzo
Suplicy, 39, coordenador-geral
de maricultura da Seap (Secretaria Especial de Aquicultura e
Pesca), foi um dos que se especializaram no exterior.
Depois de fazer mestrado em
aquicultura na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), ele cursou doutorado no
Centro Nacional de Aquicultura da Universidade da Tasmânia por falta de opção por aqui.
"Antes de voltar, tinha medo
de ser mais um dos doutores
desempregados", diz Suplicy,
que foi contratado pela Seap
antes de concluir o doutorado.
Os cursos de pós em ciências
agrárias, porém, continuam
concentrados na região Sudeste, aponta o coordenador da
área na Capes, Moacir Pasqual.
"Eles precisam ser levados
para regiões de maior necessidade, como o Norte e o Nordeste, para ajudar no desenvolvimento local. Mestres e doutores estão muito concentrados
no Sudeste", avalia.
ÁREAS*
Agronomia
Ciências florestais
Ciência e tecnologia
de alimentos
Engenharia agrícola
Medicina veterinária
Recursos pesqueiros
e engenharia de pesca
Zootecnia
*Que têm programas recomendados pela Capes
EM ALTA
Agronomia e
engenharias agrícola
e florestal
Bioenergia, engenharia
florestal, controle de
doenças e de pragas,
recursos genéticos e
agroecologia
Ciência e tecnologia
de alimentos
Alimentos funcionais,
segurança alimentar,
compostos bioativos
em alimentos e
genômica
Medicina veterinária
Produção animal,
farmacêutica animal e
equinos
Zootecnia, recursos
pesqueiros e engenharia
de pesca
Nutrição animal,
pastagem, biotecnologia e recursos pesqueiros (marítimos e
continentais)
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