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Estafes burocrático e logístico do COB crescem 36% em relação aos Jogos de Winnipeg-99
Brasil, EUA e Canadá são primos ricos na Vila
Ao lado dos EUA e do Canadá, o Brasil virou um
dos três primos ricos do
Pan-Americano. Antes da
chegada dos 479 atletas,
um exército de 242 pessoas trabalhou exclusivamente para abrandar os problemas dos atletas brasileiros em Santo Domingo e garantir aos competidores menos
dores de cabeça durante o evento.
Batizado de "equipe de apoio",
o grupo que cuida dos afazeres
nos bastidores foi o que mais cresceu em relação a Winnipeg. Enquanto o número de esportistas
aumentou 10%, a categoria que
engloba médicos e funcionários
administrativos inflou em 36%.
Mas a nova mordomia, antes
utilizada apenas por potências esportivas e financeiras, não significa que os atletas ficarão livres de
dificuldades em Santo Domingo.
Os competidores de remo e canoagem, por exemplo, serão acomodados fora da Vila. Motivo: a
represa onde serão realizadas as
provas fica a 155 km do local de
alojamento dos outros atletas.
E o Comitê Olímpico Brasileiro
avisou que eles ficarão entregues à
própria sorte. Se os horários das
competições forem alterados ou
houver problema com a liberação
das embarcações, os atletas terão
de resolver o problema sozinhos.
A dificuldade da organização
para finalizar o planejamento de
treinos também pode tirar o sono
dos competidores. Os dirigentes
não elaboraram uma planilha para que as equipes pudessem visitar e conhecer as instalações.
Mas, antes de treinar, os atletas
precisam se alimentar. E aí aparece outro entrave. No total, o comitê organizador precisaria entregar
um milhão de refeições, incluindo
as que vão às equipes de apoio,
voluntários e responsáveis pela
segurança. O serviço foi terceirizado e também esmoreceu.
A empresa Alisal, que seria responsável pela entrega de mais de
25% dos pratos, já avisou que não
terá fôlego para atingir sua cota.
A principal polêmica, porém,
aconteceu com os aparelhos de
ar-condicionado. Ao lado de EUA
e Canadá, o Brasil foi o único a
alugar os equipamentos para refrigerar suas instalações na Vila.
A medida não agradou à Odepa.
Preocupados com a segregação
que o fato causou -poucos atletas teriam o benefício de driblar o
calor-, os dirigentes decidiram
instalar ar-condicionado em todos os apartamentos da Vila.
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