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40 acusados de irregularidades disputam reeleição
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Francisco do
Conde (BA), Antônio Calmon
(PFL), foi acusado de contratar
obras superfaturadas, fraudar licitações e usar apartamento de empreiteira. Calmon é candidato à
reeleição pela coligação "O progresso não pode parar".
O prefeito de Itagimirim (BA),
Giovanni Brillantino (PFL), foi
acusado de pagar antecipadamente por serviços não-executados, fazer licitações com indícios
de fraude e publicar sua foto em
cadernos escolares. Brillantino
quer um novo mandato pela coligação "Pra fazer muito mais".
A Folha identificou 40 prefeitos
cuja gestão teve irregularidades
apontadas pela Controladoria Geral da União e que disputam a reeleição. O mau uso de recursos federais repassados afeta principalmente programas de educação e
saúde. São Francisco do Conde
tem 27 mil habitantes, mas Calmon comprou 60 mil fichas para
controle de doenças contagiosas.
Pagou R$ 629 mil por 4,3 milhões
de elásticos para prender dinheiro, nunca entregues. Desembolsou R$ 2,2 milhões na locação de
108 automóveis. Alguns, luxuosos, eram usados por sua família.
O prefeito Giovanni Brillantino,
de Itagimirim (BA), colocou sua
foto na capa de 5.500 cadernos escolares. Alegou que não houve
promoção pessoal, pois a foto era
reduzida e de baixa qualidade. Na
reforma de escolas, a primeira
medição foi paga com cheque nominal ao secretário de Finanças.
Em Urandi (BA), a licitação para fornecimento de combustível
foi vencida por um posto de gasolina do prefeito Adonai Rocha
(PFL). Sua mulher presidiu a comissão de licitação. Uma fornecedora de materiais de construção
seria do irmão do prefeito.
Em Rodolfo Fernandes (RN),
Francisco Germano (PFL) é acusado de forjar licitações e de ser o
próprio construtor de casas populares com recursos federais.
Em Igarapé Grande (MA), o
prefeito Edvaldo Galvão (PFL) está no páreo. A CGU pede a devolução de R$ 108,7 mil gastos em
obras inexistentes. A mulher do
prefeito presidiu o conselho de
controle desses programas.
João Neto (PSDB), prefeito de
Lontra (MG), é acusado de usar
notas fiscais falsas e pagar por
obras não-concluídas. O prefeito
de Laguna (SC), Adilcio Cadorin
(PFL), firmou aditivo com empreiteira para serviços já executados. Os valores eram superiores
aos licitados. Para adquirir merenda escolar, os convites da prefeitura foram enviados para empresas cujos proprietários tinham
vínculo de parentesco entre si.
O peemedebista Francisco Filgueiros, de Vicentina (MS), é acusado de direcionamento de licitação para obras contra enchentes e
de aquisição de equipamentos de
saúde superfaturados. Em Baixa
Grande (BA), gerida por Ubiramir Pereira (PFL), 73,67% da
compra de material escolar foram
entregues pela empresa 24 dias
antes do início da licitação.
Em Pitimbu (PB), Hércules Ribeiro (PTB) é suspeito de pagar a
uma empreiteira pela perfuração
de um poço já perfurado. Em Novo Gama (GO), Sônia Nascimento
(PSDB) adquiriu, por R$ 315,8
mil, equipamentos para um hospital inexistente.
Em Bagre (PA), uma lancha-ambulância foi encontrada atracada, nos fundos da casa do prefeito Pedro Santa Maria (PTB).
Em Jardim de Angicos (RN), funcionários da prefeitura administrada pelo candidato Moacir Guimarães (PPS) recebiam benefício
do Bolsa Alimentação, destinado
prioritariamente às famílias de
baixa renda. Empresas de vestuário e de material de escritório e de
limpeza participam de licitação
para fornecer equipamento hospitalar. Em Mutunópolis (GO), o
prefeito Tonico Braga (PSDB) é
acusado de direcionar a compra
de carne bovina para o pai do
coordenador do programa de
merenda escolar.
Em Surubim (PE), o prefeito
Humberto Barbosa (PFL) dispensou licitação e adquiriu material
escolar de uma empresa em situação irregular com o fisco.
Em Jacuípe (AL), a gestão de
Leocádio Cavalcanti (PSB) foi
acusada de desviar recursos da
saúde para, entre outros fins,
comprar combustível sem licitação. Irregularidades na aquisição
de gêneros alimentícios foram
identificadas na prefeitura de
Vassouras (RJ), cujo prefeito, Altair Campos (PMDB), quer ganhar novo mandato.
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