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Líderes mundiais lastimam morte e frisam papel político
FABIANO MAISONNAVE
DE WASHINGTON
SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES
A morte do papa, após dias de
agonia, fez com que vários líderes
mundiais emitissem notas de pesar minutos após a a sua morte.
O presidente George W. Bush,
que deve viajar a Roma para o funeral, disse: "A Igreja Católica
perdeu seu pastor. O mundo perdeu um defensor da liberdade humana, e um bom e fiel servo de
Deus foi chamado para casa".
"O papa João Paulo 2º deixou o
trono de são Pedro da mesma forma como ascendeu a ele -como
testemunha da dignidade da vida
humana. Em sua nativa Polônia,
essa testemunha impulsionou
uma revolução democrática que
varreu o Leste Europeu e mudou
o curso da história", diz a nota.
"Todos os papas pertencem ao
mundo, mas os americanos tiveram uma razão especial para
amar o homem de Cracóvia. Em
suas visitas a nosso país, o papa
falou sobre nossa Constituição
"providencial", as verdades sobre a
dignidade humana em nossa Declaração [da Independência] e as
"bênçãos da liberdade" decorrentes delas. São essas verdades que
têm levado pessoas de todo o
mundo a olhar para a América
com esperança e respeito", disse.
O secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, lembrou das vezes em
que esteve com o papa. "Recordo-me com afeição de meus encontros com ele, sobretudo sentado
com ele em seus aposentos particulares discutindo questões de
guerra e paz, quando analisávamos o que fazer em Kosovo."
"Ele estava extremamente preocupado com o mundo no qual vivíamos e, como eu, também sentia que, na guerra, todos são perdedores", acrescentou o secretário-geral da ONU.
O premiê britânico, Tony Blair,
mencionou a trajetória do papa
polonês desde a Segunda Guerra.
"O mundo perdeu um líder religioso reverenciado por pessoas de
todos os credos e de nenhum. Ele
foi uma inspiração, um homem
de extraordinária fé, dignidade e
coragem. Através de uma vida
dura e muitos vezes difícil, ele se
colocou ao lado da justiça social e
dos oprimidos, como um jovem
enfrentando a ocupação nazista
na Polônia ou, mais tarde, desafiando o regime comunista."
Seu papel político na Europa foi
lembrado pelo chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schröder:
"Ele influenciou a pacífica integração da Europa em seu pontificado de várias formas. Várias vezes, agiu com sabedoria e respeito
por culturas e tradições dos povos
para desenvolver soluções aos
problemas da humanidade."
"O papa João Paulo 2º escreveu
a história. Por seus esforços e com
sua personalidade impressionante, ele mudou o nosso mundo."
O presidente de Israel, Moshe
Katsav, disse: "O povo judeu recordará João Paulo 2º como alguém que se levantou com coragem e pôs fim à injustiça histórica
e acabou formalmente com os
preconceitos e as culpas contra os
judeus que existiam nas escrituras
da Igreja Católica e entre fiéis".
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, afirmou: "Sentiremos saudades de sua figura religiosa, que dedicou sua vida à paz,
à liberdade e à justiça".
O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, decretou luto oficial
de três dias, sem a obrigação de
suspender as atividades recreativas, de acordo com a agência oficial de notícias Télam.
Kirchner não pretende ir aos funerais do pontífice, cuja morte
ocorreu num momento em que a
relação da Argentina, país católico, com o Vaticano atravessa crise
de proporções inéditas.
Kirchner destituiu, no mês passado, o bispo militar, Antonio Baseotto. O Vaticano, que o havia
designado, reagiu dizendo que
poderá considerar a Argentina
"sede impedida" para o exercício
religioso, caso a decisão de Kirchner não seja revista.
A raiz do conflito está numa
carta de reprimenda que Baseotto
enviou ao ministro da Saúde argentino, Ginés González García,
por suas declarações favoráveis à
descriminalização do aborto.
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