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Eleições 2006 - Legislativo
PMDB terá a maior bancada na Câmara
Peemedebistas elegeram 89 deputados, contra 83 do PT, o segundo colocado; taxa de renovação de deputados é de 46%
Coalizão de Lula perdeu 19 vagas; oposição ganhou 15 vagas em relação à Câmara atual, mas seu desempenho em 2002 foi bem melhor
RANIER BRAGON
GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A nova Câmara dos Deputados, que tomará posse em fevereiro com uma renovação de
46% em sua composição, representará um problema ao
próximo governo, seja ele qual
for. Isso porque os partidos de
oposição ao PT de Luiz Inácio
Lula da Silva cresceram 9% em
relação ao seu atual tamanho
(15 novas cadeiras), enquanto a
aliança governista encolheu
5,6% (19 vagas a menos) -notícia ruim para Lula, que nunca
teve vida fácil mesmo com a
atual composição da Casa.
Apesar disso, os partidos que
apóiam formalmente o governo petista continuam bem
maiores do que o conjunto da
oposição -322 cadeiras contra
182, o que exigiria de um possível governo Geraldo Alckmin
uma maratona de negociações
para obter adesões até a posse.
O PMDB conquistou a maior
bancada de deputados federais
-a liderança numérica coube
ao PT durante quase toda a
atual legislatura. Os peemedebistas saem de 78 deputados
para 89, um crescimento de
14%, o que lhes dá força para fazer o presidente da Câmara em
2007. O partido integra a base
de apoio a Lula, mas parte da
bancada se alia à oposição.
Em segundo lugar, o PT elegeu 83 deputados, menos do
que os 91 eleitos em 2002, mas
mais do que os 81 da atual bancada. Entre as médias e pequenas legendas, destaque para o
PV, que sai de 7 para 13 deputados, e o PPS, que sobe de 15 para 21 representantes.
Os principais partidos de
oposição, PSDB e PFL, terão 65
vagas cada um. O primeiro tinha 59, e o segundo, 64. Em
2002, os dois apresentaram resultados melhores (84 eleitos
pelo PFL e 70 pelo PSDB).
Os grandes derrotados nestas eleições foram três legendas
que se envolveram profundamente com os escândalos do
mensalão e dos sanguessugas.
PTB, PL e PP têm hoje 129 representantes na Câmara, mas
só conseguiram eleger 87.
O PTB foi o mais afetado,
tendo encolhido 49%. Sai de
uma bancada de 43 deputados
para uma de 22.
Renovação
A Câmara não tinha uma renovação tão alta desde as eleições de 1994, quando registrou
55% de deputados que não haviam exercido o mandato na legislatura anterior. Em 1990, a
renovação superou 60%. Nas
duas últimas eleições, o índice
foi menor -de 41,6% em 2002
e 41,9% em 1998.
Os 46% "novos deputados"
que saíram das urnas anteontem somam 236 das atuais 513
vagas. O adjetivo "novo" vem
entre aspas porque 41 deles já
foram deputados em legislaturas anteriores. São os casos de
Paulo Maluf (PP-SP), o mais
votado no país, José Genoino
(SP), ex-presidente do PT, Antonio Palocci (PT-SP), ex-ministro de Lula, Alceni Guerra
(PFL-PR), ex-ministro de Fernando Collor (1990-1992), e Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), cassado sob acusação de envolvimento com a máfia que fraudou o Orçamento da União.
Entre as reais "novas caras"
da Câmara estão parlamentares que se apresentaram ao
eleitor com nomes como "Bala", do PDT do Amapá, "Petecão", do PMN do Acre, e "Pinto
do Itamaraty", do PSDB do Maranhão. Há também parentes
de políticos e de pessoas famosas, como é o caso Ratinho Júnior (PPS-PR), filho do apresentador de TV Ratinho.
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