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Candidato mais votado,
Maluf atribui resultado
às obras realizadas em SP
MATHEUS PICHONELLI
DA REDAÇÃO
Dois ex-governadores de
São Paulo que disputavam
uma vaga na Câmara dos Deputados viveram situações
distintas ontem após a divulgação do resultado das urnas.
De um lado, Paulo Salim
Maluf (PP), 75, que, com
739.827 votos, tornou-se o
candidato mais lembrado do
Estado nestas eleições. De
outro, o deputado Luiz Antônio Fleury Filho (PTB), 58,
que não teve sucesso na busca
por um novo mandato.
Ontem, Maluf comemorava o fato de ter sido lembrado
por eleitores de várias partes
do Estado e atribuiu o resultado às obras realizadas em
suas gestões. Mesmo assim,
admitiu ter se surpreendido
com os números da votação.
Também demonstrando
surpresa com a apuração,
Fleury disse que uma possível
explicação para o revés tenha
sido seu trabalho como parlamentar: "Assumi tarefas em
comissões, me dediquei integralmente, e não tive tanto
tempo para a campanha".
Para Fleury, o sistema político acaba punindo o bom
parlamentar, que fica distante das bases. Outros fatores
para a derrota, segundo ele,
seriam o desgaste vivido pelo
Congresso nos últimos anos e
o fato de que algumas de suas
propostas, como o projeto
que institui o voto aberto nas
sessões parlamentares, não
terem tido boa visibilidade.
Já para Maluf, o desempenho na campanha -segundo
ele "limpa e sem ódio"- foi
fundamental: "Eu ligava para
as rádios e jornais das cidades
e agendava debates para o dia
seguinte. Era sempre muito
bem-vindo. Sem pedir votos,
apenas propunha debates."
Maluf se prepara para voltar a Brasília 21 anos após ter
sido preterido na escolha do
Colégio Eleitoral para a Presidência da República em 1985.
Para ele, o Congresso não está
desacreditado. "Desacreditados estão os sanguessugas.
Têm outros 400 deputados
que são boa gente, mas que
não estão na mídia." Questionado sobre seus planos, Maluf não mede palavras: "quero
ser o melhor deputado".
Maluf, que está com os
bens bloqueados e é investigado pela Justiça por desvio
de recursos públicos e envio
ilegal de remessas para o exterior, terá, na Câmara, o benefício do foro privilegiado.
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