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LEGISLATIVO/EFEITO DOS ESCÂNDALOS
Sete mensaleiros conseguem a reeleição
Dos 19 deputados que foram investigados por causa do escândalo, 11 tentaram continuar na Câmara e só 4 não conseguiram
Absolvidos por colegas nos processos de cassação que enfrentaram, acusados dizem que eleitor percebeu que eles eram inocentes
TALITA FIGUEIREDO
EM SÃO PAULO
O eleitor foi implacável com
os deputados supostamente
envolvidos no escândalo da
máfia dos sanguessugas, mas
perdoou muitos dos investigados no caso do mensalão.
Dos 11 deputados acusados
formalmente pelas CPIs dos
Correios e do Mensalão que
tentaram se reeleger, 7 continuam a ocupar, no ano que
vem, um lugar na Câmara. Eles
tiveram juntos 764.117 votos.
As CPIs acusaram 19 deputados. Três foram cassados, quatro não se candidataram e um
teve a candidatura impugnada.
O deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da
Câmara, teve a maior votação
de todos os investigados e também a maior de sua coligação
em SP, atingindo 177.056 votos.
A Folha tentou ontem ouvir o
deputado, mas ele não retornou as ligações.
O deputado Vadão Gomes
(PP-SP) recebeu 78.728 votos e
disse que o resultado ficou acima do esperado. Ele foi investigado depois de ser apontado
como beneficiário de quase R$
4 milhões em saques feitos da
empresa do publicitário Marcos Valério. Foi absolvido em
maio deste ano.
"Fiquei muito feliz, porque
não tive tempo de fazer campanha, em função da demora da
resolução do meu caso. Esse foi
meu maior desafio. Mas eu não
tinha nenhum envolvimento e
comprovei isso", disse.
Para o petista José Mentor
(SP), além da falta de tempo para fazer campanha, já que também foi absolvido em maio, a
mudança na legislação eleitoral
atrapalhou. Mesmo assim, foi
reeleito com 104.960 votos.
"O povo sabe que no PT não
tem mensalão. No meu caso específico ficou evidente que eu
recebi dinheiro por um serviço
profissional prestado e comprovado por notas. Eu expliquei isso aos meus eleitores."
O goiano Sandro Mabel (PL)
foi o terceiro mais votado no
Estado, com 108.629 votos.
"Fui absolvido e não sou
mensaleiro coisa nenhuma.
Passei 153 dias sendo acusado
para, em um dia, ser absolvido.
Fui um dos poucos que enfrentou o processo e uma boa parcela dos eleitores admirou minha coragem", afirmou.
O deputado Pedro Henry
(PP-MT), envolvido nos dois
escândalos, também foi reeleito com 73.312 votos. Foi absolvido no caso do mensalão em
março e é ainda investigado por
supostamente ter se envolvido
na máfia dos sanguessugas. "Eu
não tenho porque falar sobre
esse assunto. Tudo já está esclarecido", disse.
Os deputados Paulo Rocha
(PT-PA) e Valdemar Costa Neto (PL-SP), que não responderam a processo porque renunciaram ao mandato, também
foram reeleitos. Os dois estavam viajando pelo interior de
seus Estados, segundo suas assessorias de imprensa, e não
puderam ser localizados.
Também não foram localizados Josias Gomes (PT-BA),
Professor Luizinho (PT-SP),
João Magno (PT-MG) e Romeu
Queiroz (PTB-MG), que não
conseguiram a reeleição.
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