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Engenheiro espera
emprego estável
da Equipe de Trainees
"Quando tinha inflação, tinha
bastante serviço. Mas eu prefiro
sem inflação." A frase é do engenheiro civil Oscar Teixeira Filho,
45, desempregado desde 95. Seu
último trabalho, como autônomo,
foi em novembro.
Sua mulher, Sylvia Abiarraj Teixeira, 45, se aposentou no ano passado. Entre 96, quando deixou o
emprego de secretária, e 98, fez trabalhos de digitação, em casa.
Moram em apartamento próprio, quitado com o dinheiro da
demissão e da poupança. Entrando no cheque especial, mantém em
dia o pagamento do condomínio e
impostos.
Os filhos -Marcelo, 6, e Cláudia,
4- têm desconto na escola particular, por serem irmãos. Oscar diz
que só os tiraria de lá "em último
caso". Mas diz que "esse último caso está bem próximo".
Usam o transporte coletivo, poupando do uso o Passat 85.
O lazer é reduzido: não vão ao cinema -vêem filmes no vídeo- e
o passeio principal é levar as crianças a algum parque.
No supermercado, optam por
marcas mais baratas. Supérfluos,
só de vez em quando, para as
crianças. Roupa nova, também só
compra para os filhos, "quando
chega no limite".
Revezam com uma parente os
serviços de uma diarista, duas vezes por semana. O computador é
antigo, sem conexão à Internet, e
nunca tiveram TV paga.
Ainda têm plano de saúde, "90%
pelas crianças". Oscar diz que é a
primeira coisa que vão cortar.
Ele vai aproveitar o plano para
fazer seu primeiro check-up: "todos esses problemas dão uma tensão".(FA)
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