São Paulo, Quinta-feira, 04 de Fevereiro de 1999
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Engenheiro espera emprego estável

da Equipe de Trainees

"Quando tinha inflação, tinha bastante serviço. Mas eu prefiro sem inflação." A frase é do engenheiro civil Oscar Teixeira Filho, 45, desempregado desde 95. Seu último trabalho, como autônomo, foi em novembro.
Sua mulher, Sylvia Abiarraj Teixeira, 45, se aposentou no ano passado. Entre 96, quando deixou o emprego de secretária, e 98, fez trabalhos de digitação, em casa.
Moram em apartamento próprio, quitado com o dinheiro da demissão e da poupança. Entrando no cheque especial, mantém em dia o pagamento do condomínio e impostos.
Os filhos -Marcelo, 6, e Cláudia, 4- têm desconto na escola particular, por serem irmãos. Oscar diz que só os tiraria de lá "em último caso". Mas diz que "esse último caso está bem próximo".
Usam o transporte coletivo, poupando do uso o Passat 85.
O lazer é reduzido: não vão ao cinema -vêem filmes no vídeo- e o passeio principal é levar as crianças a algum parque.
No supermercado, optam por marcas mais baratas. Supérfluos, só de vez em quando, para as crianças. Roupa nova, também só compra para os filhos, "quando chega no limite".
Revezam com uma parente os serviços de uma diarista, duas vezes por semana. O computador é antigo, sem conexão à Internet, e nunca tiveram TV paga.
Ainda têm plano de saúde, "90% pelas crianças". Oscar diz que é a primeira coisa que vão cortar.
Ele vai aproveitar o plano para fazer seu primeiro check-up: "todos esses problemas dão uma tensão".(FA)


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