São Paulo, segunda-feira, 04 de outubro de 2004

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ELEIÇÕES 2004 / SÃO PAULO

À noite, prefeita diz que estar na próxima fase já é uma "vitória"

Petista levará "mensagem" aos que não perceberam seu trabalho


Marta deve tirar licença na reta final do 2º turno

CHICO DE GOIS
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita Marta Suplicy (PT) deverá licenciar-se do cargo, provavelmente na segunda quinzena deste mês, para dedicar-se integralmente à sua campanha à reeleição. A informação foi confirmada à Folha por dois integrantes da coordenação de campanha.
Ontem à noite, por volta das 23h, Marta disse que estar no segundo turno "é uma vitória". Questionada sobre a discrepância entre as pesquisas de boca-de-urna, que apontavam um empate, e as urnas, que colocaram José Serra (PSDB) na frente, Marta disse que "pesquisa erra, erra para cima e erra para baixo".
A prefeita falou que, "se alguns ainda não perceberam [o que fez por São Paulo], nós vamos levar de novo essa mensagem, nós vamos explicar, andar por essa cidade inteira e colocar tudo o que foi feito e que pretendemos fazer".
Hoje, a cúpula petista reúne-se para avaliar o mapa da votação, saber em quais bairros a candidata teve melhor desempenho e onde necessita investir mais. A licença do cargo estará em debate.
A idéia divide a cúpula da campanha. Uma parte defende a continuidade de Marta no cargo. Esses petistas lembram que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, continuou na função em 1998, quando candidatou-se à reeleição.
Outros, no entanto, acham que, licenciada, Marta teria mais tempo para fazer campanha e poderia intensificar o corpo-a-corpo, o que, na visão dos petistas, "estimula a militância".
A licença da prefeitura não é assunto novo na campanha. Ainda no primeiro turno, aliados da petista chegaram a defender essa idéia. Foram vencidos com o argumento de que a população poderia encarar o afastamento como distanciamento do trabalho.
Agora, com o resultado das urnas, o partido vai insistir na dedicação total à caça de votos.
Rui Falcão, candidato a vice de Marta, avaliava, no sábado, que o partido também conta, a partir de hoje, com o tempo integral de militância dos candidatos a vereador, eleitos ou não. No próximo sábado, por exemplo, o vereador João Antonio, líder da prefeita na Câmara, pretende reunir 2.000 pessoas em um evento para pedir votos para Marta.

Políticos e amigos
Depois da votação, Marta recebeu integrantes das cúpulas do PT federal e do municipal. Estiveram em sua casa os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Márcio Thomaz Bastos (Justiça), o senador Aloizio Mercadante, o presidente do PT, José Genoino, e secretários municipais, como Jilmar Tatto (Governo) e Valdemir Garreta (Abastecimento e Projetos Especiais).
Fora do mundo político, foram cumprimentar Marta alguns amigos, como o casal Ivo Rosset e Eleonora Mendes Caldeira, que ofereceu um jantar à candidata nesta campanha.
Todos mostraram-se muito animados. Mesmo com as primeiras parciais revelando vantagem de Serra, Genoino dizia que Marta terminaria "dois, três pontos" na frente do tucano.
Mercadante e Dirceu disseram que o PT pode sair das urnas com a maior votação do país, muito além do quarto lugar que obteve nas eleições municipais de 2000, atrás de PSDB, PMDB e PFL.

Café com ministros
A candidata começou o dia por volta das 8h30. Ela participou de um café da manhã com ministros, senadores, deputados federais e estaduais, presidentes dos partidos coligados e jornalistas.
Marta afirmou que espera que no segundo turno possa "aprofundar a discussão sobre a cidade". Para a candidata, "o segundo turno é outra eleição, temos agora condições iguais e não tem mais "língua de aluguel'".
Sobre apoios para o segundo turno, disse que "serão definidos depois que as urnas forem abertas, mas algumas conversações preliminares já estão sendo feitas com os presidentes dos partidos".


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