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ELEIÇÕES 2004 / SÃO PAULO
À noite, prefeita diz que estar na próxima fase já é uma "vitória"
Petista levará "mensagem" aos
que não perceberam seu trabalho
Marta deve tirar licença na reta final do 2º turno
CHICO DE GOIS
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita Marta Suplicy (PT)
deverá licenciar-se do cargo, provavelmente na segunda quinzena
deste mês, para dedicar-se integralmente à sua campanha à reeleição. A informação foi confirmada à Folha por dois integrantes
da coordenação de campanha.
Ontem à noite, por volta das
23h, Marta disse que estar no segundo turno "é uma vitória".
Questionada sobre a discrepância
entre as pesquisas de boca-de-urna, que apontavam um empate, e
as urnas, que colocaram José Serra (PSDB) na frente, Marta disse
que "pesquisa erra, erra para cima
e erra para baixo".
A prefeita falou que, "se alguns
ainda não perceberam [o que fez
por São Paulo], nós vamos levar
de novo essa mensagem, nós vamos explicar, andar por essa cidade inteira e colocar tudo o que foi
feito e que pretendemos fazer".
Hoje, a cúpula petista reúne-se
para avaliar o mapa da votação,
saber em quais bairros a candidata teve melhor desempenho e onde necessita investir mais. A licença do cargo estará em debate.
A idéia divide a cúpula da campanha. Uma parte defende a continuidade de Marta no cargo. Esses petistas lembram que o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, por exemplo, continuou
na função em 1998, quando candidatou-se à reeleição.
Outros, no entanto, acham que,
licenciada, Marta teria mais tempo para fazer campanha e poderia
intensificar o corpo-a-corpo, o
que, na visão dos petistas, "estimula a militância".
A licença da prefeitura não é assunto novo na campanha. Ainda
no primeiro turno, aliados da petista chegaram a defender essa
idéia. Foram vencidos com o argumento de que a população poderia encarar o afastamento como distanciamento do trabalho.
Agora, com o resultado das urnas, o partido vai insistir na dedicação total à caça de votos.
Rui Falcão, candidato a vice de
Marta, avaliava, no sábado, que o
partido também conta, a partir de
hoje, com o tempo integral de militância dos candidatos a vereador, eleitos ou não. No próximo
sábado, por exemplo, o vereador
João Antonio, líder da prefeita na
Câmara, pretende reunir 2.000
pessoas em um evento para pedir
votos para Marta.
Políticos e amigos
Depois da votação, Marta recebeu integrantes das cúpulas do PT
federal e do municipal. Estiveram
em sua casa os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Márcio Thomaz
Bastos (Justiça), o senador Aloizio
Mercadante, o presidente do PT,
José Genoino, e secretários municipais, como Jilmar Tatto (Governo) e Valdemir Garreta (Abastecimento e Projetos Especiais).
Fora do mundo político, foram
cumprimentar Marta alguns amigos, como o casal Ivo Rosset e
Eleonora Mendes Caldeira, que
ofereceu um jantar à candidata
nesta campanha.
Todos mostraram-se muito animados. Mesmo com as primeiras
parciais revelando vantagem de
Serra, Genoino dizia que Marta
terminaria "dois, três pontos" na
frente do tucano.
Mercadante e Dirceu disseram
que o PT pode sair das urnas com
a maior votação do país, muito
além do quarto lugar que obteve
nas eleições municipais de 2000,
atrás de PSDB, PMDB e PFL.
Café com ministros
A candidata começou o dia por
volta das 8h30. Ela participou de
um café da manhã com ministros,
senadores, deputados federais e
estaduais, presidentes dos partidos coligados e jornalistas.
Marta afirmou que espera que
no segundo turno possa "aprofundar a discussão sobre a cidade". Para a candidata, "o segundo
turno é outra eleição, temos agora
condições iguais e não tem mais
"língua de aluguel'".
Sobre apoios para o segundo
turno, disse que "serão definidos
depois que as urnas forem abertas, mas algumas conversações
preliminares já estão sendo feitas
com os presidentes dos partidos".
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