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RECIFE
Vencedor no 1º turno, petista diz que acertou verba com o presidente
Reeleito prefeito, João Paulo anuncia liberação de R$ 416 milhões em 2005
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Reeleito no primeiro turno, o
prefeito de Recife, João Paulo
(PT), anunciou ontem que o governo federal já aprovou a liberação de R$ 416 milhões para investimentos, a partir de 2005.
O dinheiro, disse, será utilizado
em obras de infra-estrutura e saneamento, contenção de morros,
habitação, capacitação de servidores e na Via Mangue, avenida a
ser construída na zona sul, um
dos carros-chefes da segunda fase
da administração petista.
A liberação dos recursos foi negociada diretamente pelo prefeito
com o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva e o ministro da Fazenda,
Antonio Palocci. O presidente,
que é pernambucano, participou
da campanha de João Paulo. O
prefeito, que tinha 56,12% dos votos válidos com 99,75% da apuração, dividiu com Lula os méritos
da vitória. "O governo federal está
num bom momento e isso contribuiu para um bom resultado."
A vitória de ontem foi a segunda
consecutiva de João Paulo sobre
um candidato apoiado pelo governador Jarbas Vasconcelos
(PMDB), maior liderança política
do Estado. Há quatro anos, ele
derrotou Roberto Magalhães, então no PFL, no segundo turno.
Ontem, o petista superou o peemedebista Carlos Eduardo Cadoca, deputado federal e ex-secretário estadual de Desenvolvimento.
Cadoca ficou em segundo lugar.
Com 99,75% das urnas apuradas,
tinha 27,62% dos votos válidos.
O petista não viu sua vitória como uma derrota de Jarbas. "Nós
implantamos uma política de inversão de prioridades, que foi
aceita pela sociedade civil. Jarbas
não está em discussão."
Mantendo a política de não atacar o governador, adotada durante toda a campanha eleitoral, João
Paulo disse que pretende ampliar
a "parceria" com o Estado. No PT,
há rumores de que esse bom relacionamento vise uma eventual
-mas hoje ainda improvável-
aliança em 2006. Por enquanto,
ele admite mudanças no secretariado, para acomodar os aliados.
O PSB, afastado do PT, voltou a
integrar a coligação. O PC do B,
do vice-prefeito reeleito, Luciano
Siqueira, deve aumentar sua cota
no primeiro escalão. Até mesmo o
PTB, adversário dos petistas no
Estado, vem sendo cortejado para
integrar a aliança governista.
O comportamento do candidato trabalhista, Joaquim Francisco,
durante a campanha, foi elogiado
por caciques do PT, entre eles o
ministro da Saúde, Humberto
Costa, provável candidato ao governo estadual em 2006.
A possibilidade de o PTB aderir,
remotas no momento, pode aumentar com a provável desfiliação de Roberto Magalhães, que se
irritou com a direção do partido
durante a crise provocada pela
denúncia de que os trabalhistas
teriam negociado a doação de R$
10 milhões com o PT.
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