São Paulo, segunda-feira, 04 de outubro de 2004

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RECIFE

Vencedor no 1º turno, petista diz que acertou verba com o presidente

Reeleito prefeito, João Paulo anuncia liberação de R$ 416 milhões em 2005

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Reeleito no primeiro turno, o prefeito de Recife, João Paulo (PT), anunciou ontem que o governo federal já aprovou a liberação de R$ 416 milhões para investimentos, a partir de 2005.
O dinheiro, disse, será utilizado em obras de infra-estrutura e saneamento, contenção de morros, habitação, capacitação de servidores e na Via Mangue, avenida a ser construída na zona sul, um dos carros-chefes da segunda fase da administração petista.
A liberação dos recursos foi negociada diretamente pelo prefeito com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. O presidente, que é pernambucano, participou da campanha de João Paulo. O prefeito, que tinha 56,12% dos votos válidos com 99,75% da apuração, dividiu com Lula os méritos da vitória. "O governo federal está num bom momento e isso contribuiu para um bom resultado."
A vitória de ontem foi a segunda consecutiva de João Paulo sobre um candidato apoiado pelo governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), maior liderança política do Estado. Há quatro anos, ele derrotou Roberto Magalhães, então no PFL, no segundo turno.
Ontem, o petista superou o peemedebista Carlos Eduardo Cadoca, deputado federal e ex-secretário estadual de Desenvolvimento. Cadoca ficou em segundo lugar. Com 99,75% das urnas apuradas, tinha 27,62% dos votos válidos.
O petista não viu sua vitória como uma derrota de Jarbas. "Nós implantamos uma política de inversão de prioridades, que foi aceita pela sociedade civil. Jarbas não está em discussão."
Mantendo a política de não atacar o governador, adotada durante toda a campanha eleitoral, João Paulo disse que pretende ampliar a "parceria" com o Estado. No PT, há rumores de que esse bom relacionamento vise uma eventual -mas hoje ainda improvável- aliança em 2006. Por enquanto, ele admite mudanças no secretariado, para acomodar os aliados.
O PSB, afastado do PT, voltou a integrar a coligação. O PC do B, do vice-prefeito reeleito, Luciano Siqueira, deve aumentar sua cota no primeiro escalão. Até mesmo o PTB, adversário dos petistas no Estado, vem sendo cortejado para integrar a aliança governista.
O comportamento do candidato trabalhista, Joaquim Francisco, durante a campanha, foi elogiado por caciques do PT, entre eles o ministro da Saúde, Humberto Costa, provável candidato ao governo estadual em 2006.
A possibilidade de o PTB aderir, remotas no momento, pode aumentar com a provável desfiliação de Roberto Magalhães, que se irritou com a direção do partido durante a crise provocada pela denúncia de que os trabalhistas teriam negociado a doação de R$ 10 milhões com o PT.


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