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NOVOS CAMINHOS
Africanos e latinos abrem as portas a brasileiros
Recursos naturais, construção civil e informática são áreas de destaque
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se antes as rotas de expatriação quase sempre convergiam
para dois pontos -Europa e
Estados Unidos-, o desenvolvimento de países asiáticos,
africanos e latino-americanos
expande o leque de opções.
Mas não é preciso abrir muito o olhar sobre o mapa para
descobrir boas oportunidades
de transferir o escritório. Nossos vizinhos latino-americanos, por exemplo, têm lugar expressivo nos novos caminhos.
Segundo estudo da consultoria Hay Group feito com
19 empresas no Brasil, os principais destinos de brasileiros
são, na ordem, América do Norte, América Latina, Europa,
Ásia, África e Oriente Médio.
"Argentina, Chile, Colômbia
e México são os países latino-americanos que mais atraem",
afirma Vicente Gomes, diretor
regional do Hay Group.
Para Andrea Massoud, sócia
da consultoria Living in Brazil,
as empresas ligadas a recursos
naturais e fábricas devem aumentar o envio de executivos
para a América Latina. "É uma
região pouco explorada pelos
nórdicos", ressalta.
Do outro lado do mundo,
China, Índia e Cingapura
também despontam -em
grande parte, devido a uma habilidade bem brasileira: a de
trabalhar em situações econômicas e políticas adversas.
Já na África, há até iniciativas
governamentais para atrair
brasileiros que possam ajudar a
desenvolver a infra-estrutura
-construções, estradas e comércio, por exemplo.
O governo de Angola faz parceria com empresas brasileiras
para levar executivos à capital,
Luanda. Mas as condições podem ser hostis para quem pretende viajar com a família.
"Normalmente vão somente
os homens, já que quase não há
onde morar e é preciso ficar em
alojamentos", afirma Grace Pedreira, diretora da consultoria
Grace & Co.
"Moçambique e Angola são
destinos em alta para profissionais de informática, RH e contadores", avalia Patricia Molino, sócia da KPMG.
Limite de vagas
A questão, porém, é a limitação de vagas de um lugar que
ainda está em desenvolvimento. É um destino que deve receber mais brasileiros. "Mas pode
acomodar quantos?", questiona Molino, fazendo comparação com a capacidade de absorção de talentos nos EUA.
Já o Oriente Médio inspira
cuidados com segurança. "É
complicadíssimo levar [executivos] para zonas de conflito,
como Iraque e Irã", diz Luiz
Carlos Cabrera, da FGV-Eaesp.
Quando ir para locais de alto
risco é necessário, a empresa
avalia onde é mais seguro e premia mais generosamente o funcionário que se voluntaria.
"Quando a qualidade de vida
é pior que a do país-base, o prêmio costuma ser de 20% a 25%
[sobre a remuneração]", diz
Gomes. "No Iraque, a negociação é mais individualizada, e o
prêmio, maior".
(MI)
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