São Paulo, domingo, 05 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NOVOS CAMINHOS

Africanos e latinos abrem as portas a brasileiros

Recursos naturais, construção civil e informática são áreas de destaque

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se antes as rotas de expatriação quase sempre convergiam para dois pontos -Europa e Estados Unidos-, o desenvolvimento de países asiáticos, africanos e latino-americanos expande o leque de opções.
Mas não é preciso abrir muito o olhar sobre o mapa para descobrir boas oportunidades de transferir o escritório. Nossos vizinhos latino-americanos, por exemplo, têm lugar expressivo nos novos caminhos.
Segundo estudo da consultoria Hay Group feito com 19 empresas no Brasil, os principais destinos de brasileiros são, na ordem, América do Norte, América Latina, Europa, Ásia, África e Oriente Médio.
"Argentina, Chile, Colômbia e México são os países latino-americanos que mais atraem", afirma Vicente Gomes, diretor regional do Hay Group.
Para Andrea Massoud, sócia da consultoria Living in Brazil, as empresas ligadas a recursos naturais e fábricas devem aumentar o envio de executivos para a América Latina. "É uma região pouco explorada pelos nórdicos", ressalta.
Do outro lado do mundo, China, Índia e Cingapura também despontam -em grande parte, devido a uma habilidade bem brasileira: a de trabalhar em situações econômicas e políticas adversas.
Já na África, há até iniciativas governamentais para atrair brasileiros que possam ajudar a desenvolver a infra-estrutura -construções, estradas e comércio, por exemplo.
O governo de Angola faz parceria com empresas brasileiras para levar executivos à capital, Luanda. Mas as condições podem ser hostis para quem pretende viajar com a família.
"Normalmente vão somente os homens, já que quase não há onde morar e é preciso ficar em alojamentos", afirma Grace Pedreira, diretora da consultoria Grace & Co.
"Moçambique e Angola são destinos em alta para profissionais de informática, RH e contadores", avalia Patricia Molino, sócia da KPMG.

Limite de vagas
A questão, porém, é a limitação de vagas de um lugar que ainda está em desenvolvimento. É um destino que deve receber mais brasileiros. "Mas pode acomodar quantos?", questiona Molino, fazendo comparação com a capacidade de absorção de talentos nos EUA.
Já o Oriente Médio inspira cuidados com segurança. "É complicadíssimo levar [executivos] para zonas de conflito, como Iraque e Irã", diz Luiz Carlos Cabrera, da FGV-Eaesp.
Quando ir para locais de alto risco é necessário, a empresa avalia onde é mais seguro e premia mais generosamente o funcionário que se voluntaria.
"Quando a qualidade de vida é pior que a do país-base, o prêmio costuma ser de 20% a 25% [sobre a remuneração]", diz Gomes. "No Iraque, a negociação é mais individualizada, e o prêmio, maior". (MI)


Texto Anterior: Destinos tradicionais: EUA e Reino Unido perdem executivos para emergentes
Próximo Texto: Oportunidades no globo: Cardápio de rotas abre mais opções para expatriados
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.