São Paulo, domingo, 06 de dezembro de 2009

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Governo faz expurgo em meta para cerrado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No topo das ações para reduzir as emissões de gases-estufa no Brasil, o corte do desmatamento sofreu expurgos na rodada final de negociações das metas brasileiras.
No cerrado, a meta de corte no desmate caiu de 60% para 40%, o que equivale proporcionalmente à metade do esforço programado para a Amazônia. Também foi posta de lado pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) proposta de reflorestamento que poderia capturar até 120 milhões de toneladas de gás carbônico da atmosfera.
"A meta é bem conservadora, mas é factível", avalia Suzana Kahn Ribeiro, secretária de Mudança Climática do Ministério do Meio Ambiente.
As pressões contrárias já se manifestam. A CNA (Confederação Nacional de Agricultura), por exemplo, defende mais derrubada no cerrado. A presidente da entidade, senadora Kátia Abreu (DEM-TO), criticou a fixação de metas pelo governo, especialmente para o bioma.
O detalhamento das metas ficou para depois de Copenhague. Seu cumprimento enfrenta alguns obstáculos, confirma o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente). Em véspera de ano eleitoral, quando a pressão das motosserras aumenta, o ministro aponta o lobby de ruralistas para anistiar desmatadores como um grande "pesadelos" a ser vencido na redução pela metade, até 2020, da menor taxa de desmatamento do últimos 20 anos na Amazônia.
Minc aguarda a contratação de mais fiscais para a floresta. Conta também com medidas de controle da venda de carne produzida da áreas desmatadas, assim como os resultados do processo de regularização fundiária, que permitirá identificar e punir desmatadores.
No cerrado, o corte de desmatamento é mais complicado. Diferentemente da Amazônia, onde o limite de corte é de 20% da propriedade, os produtores podem, por lei, desmatar entre 65% e 80% das terras. (M.S.)


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