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Governo faz expurgo em meta para cerrado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No topo das ações para reduzir as emissões de gases-estufa
no Brasil, o corte do desmatamento sofreu expurgos na rodada final de negociações das
metas brasileiras.
No cerrado, a meta de corte
no desmate caiu de 60% para
40%, o que equivale proporcionalmente à metade do esforço
programado para a Amazônia.
Também foi posta de lado pela
ministra Dilma Rousseff (Casa
Civil) proposta de reflorestamento que poderia capturar até
120 milhões de toneladas de gás
carbônico da atmosfera.
"A meta é bem conservadora,
mas é factível", avalia Suzana
Kahn Ribeiro, secretária de
Mudança Climática do Ministério do Meio Ambiente.
As pressões contrárias já se
manifestam. A CNA (Confederação Nacional de Agricultura),
por exemplo, defende mais derrubada no cerrado. A presidente da entidade, senadora Kátia
Abreu (DEM-TO), criticou a fixação de metas pelo governo,
especialmente para o bioma.
O detalhamento das metas ficou para depois de Copenhague. Seu cumprimento enfrenta alguns obstáculos, confirma
o ministro Carlos Minc (Meio
Ambiente). Em véspera de ano
eleitoral, quando a pressão das
motosserras aumenta, o ministro aponta o lobby de ruralistas
para anistiar desmatadores como um grande "pesadelos" a
ser vencido na redução pela
metade, até 2020, da menor taxa de desmatamento do últimos 20 anos na Amazônia.
Minc aguarda a contratação
de mais fiscais para a floresta.
Conta também com medidas
de controle da venda de carne
produzida da áreas desmatadas, assim como os resultados
do processo de regularização
fundiária, que permitirá identificar e punir desmatadores.
No cerrado, o corte de desmatamento é mais complicado.
Diferentemente da Amazônia,
onde o limite de corte é de 20%
da propriedade, os produtores
podem, por lei, desmatar entre
65% e 80% das terras.
(M.S.)
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