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Economia verde
Conservadores reclamam de custos
Nos EUA. 'céticos econômicos' dizem que política ambientalista de Obama prejudica empregos
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
Simultaneamente -embora
não no mesmo time- à delegação do governo norte-americano que vai a Copenhague, um
grupo de congressistas republicanos promete pelo menos fazer ouvir também sua versão
no evento sobre o clima.
Os políticos da oposição levam consigo reclamações de
grupos de empresários que criticam o plano secundário a que
foi relegada a discussão sobre
os custos que a implantação das
chamadas medidas "verdes"
pode vir a ter a economia local.
A grita é liderada principalmente pela Câmara de Comércio dos EUA, a maior entidade
de empresários do país, o Escritório da Federação Agrícola
Americana e a Associação Nacional de Manufaturados.
O trio acredita que as medidas que vêm sendo prometidas
pelo governo obamista elevam
os custos de produção em setores vitais da economia, como
energia, e não oferecem benefícios suficientemente comprovados para o ambiente.
Chame-os de "céticos econômicos". Um deles é o presidente da Câmara do Comércio,
Thomas J. Donohue, cuja posição antagônica à política verde
da Casa Branca levou nomes
como Apple e Nike a se afastarem ou mesmo se retirarem
completamente da entidade.
"O presidente Obama e a presidente do Congresso, Nancy
Pelosi, têm problemas muito
mais sérios com que se preocupar aqui em casa", disse Eric
Cantor, o segundo deputado republicano mais graduado.
"Por exemplo, diminuir o
gasto público, arrumar nossa
situação fiscal e adotar soluções mais sensatas para voltar a
dar empregos para os trabalhadores americanos."
Linha semelhante segue
Charles Drevna, presidente da
Associação Nacional Petroquímica e de Refinarias. "No meio
de uma recessão severa, com
desemprego de 10,2%, nossa
economia, a criação de empregos e o impacto sobre o consumo deveriam ser levados mais
em conta do que tentativas de
impressionar burocratas internacionais durante uma convenção", escreveu.
O grupo cita relatórios europeus recentes que apontam para o custo elevado da criação de
empregos verdes ali e de como
essas vagas, quando subsidiadas pesadamente pelo governo,
podem distorcer setores tradicionais da economia.
Esses políticos e empresários
têm plateia. Segundo levantamento recente feito pelo renomado Pew Research Center, a
maior parte da população de 11
dos 25 países pesquisados discorda da noção de que as pessoas devem pagar mais pelo
combustível ou pela energia.
Entre os países em que a recusa é maior estão os EUA.
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