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Queda é maior do que parece, afirma ex-ministro Cristovam
DA REPORTAGEM LOCAL
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que ocupou o
cargo de ministro da Educação
de janeiro de 2003 a janeiro de
2004, afirma que a queda no
desempenho dos estudantes é
"muito maior do que parece
porque, enquanto o Brasil regrediu, outros países melhoraram no mesmo período."
Essa piora no desempenho
dos alunos também se deu de
forma desigual, segundo ele.
"A piora foi muito maior na
parcela pobre da população do
que na rica", afirma.
"Isso é desmoralizante. Houve um ligeiro aumento na renda, mas não houve na diminuição da desigualdade. Aumentou o atraso do país."
Segundo ele, isso ocorre porque "o governo Lula não dá a
devida atenção à educação".
"O problema maior não é de
investimento, mas de falta de
interesse do governo. Como
não há um sindicato de analfabetos nem de crianças da primeira série, mas há de professores das universidades, não há
interesse. O Prouni dá voto."
Ele faz relação entre o ensino
superior e a educação básica.
"Não há uma universidade boa
sem uma educação boa."
Cristovam Buarque defende
a federalização do ensino para
definir padrões nacionais de
educação. "Tem que haver uma
regulamentação que crie condições iguais para todas. Hoje,
os professores do município,
por exemplo, recebem salários
condizentes à verba do município, o que muitas vezes é muito
baixa. Tem que haver um salário nacional. A contratação de
professores deveria ser como a
que é feita no Banco do Brasil,
em que há uma padronização
de salários, não importa onde o
funcionário está trabalhando."
Sem computador, não
Além da questão salarial, ele
diz que a parte de edificação e
equipamentos merece atenção.
"Não é possível uma escola ficar sem computadores."
O aspecto de conteúdo também é fundamental. "Assim como a Lei de Responsabilidade
Fiscal, deveria ser criada a lei
de responsabilidade educacional, que obrigue o prefeito a
cumprir metas e, se não o fizer,
ficará inelegível", ressalta.
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