São Paulo, quinta-feira, 08 de fevereiro de 2007

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Queda é maior do que parece, afirma ex-ministro Cristovam

DA REPORTAGEM LOCAL

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que ocupou o cargo de ministro da Educação de janeiro de 2003 a janeiro de 2004, afirma que a queda no desempenho dos estudantes é "muito maior do que parece porque, enquanto o Brasil regrediu, outros países melhoraram no mesmo período."
Essa piora no desempenho dos alunos também se deu de forma desigual, segundo ele.
"A piora foi muito maior na parcela pobre da população do que na rica", afirma.
"Isso é desmoralizante. Houve um ligeiro aumento na renda, mas não houve na diminuição da desigualdade. Aumentou o atraso do país."
Segundo ele, isso ocorre porque "o governo Lula não dá a devida atenção à educação".
"O problema maior não é de investimento, mas de falta de interesse do governo. Como não há um sindicato de analfabetos nem de crianças da primeira série, mas há de professores das universidades, não há interesse. O Prouni dá voto."
Ele faz relação entre o ensino superior e a educação básica. "Não há uma universidade boa sem uma educação boa."
Cristovam Buarque defende a federalização do ensino para definir padrões nacionais de educação. "Tem que haver uma regulamentação que crie condições iguais para todas. Hoje, os professores do município, por exemplo, recebem salários condizentes à verba do município, o que muitas vezes é muito baixa. Tem que haver um salário nacional. A contratação de professores deveria ser como a que é feita no Banco do Brasil, em que há uma padronização de salários, não importa onde o funcionário está trabalhando."

Sem computador, não
Além da questão salarial, ele diz que a parte de edificação e equipamentos merece atenção. "Não é possível uma escola ficar sem computadores."
O aspecto de conteúdo também é fundamental. "Assim como a Lei de Responsabilidade Fiscal, deveria ser criada a lei de responsabilidade educacional, que obrigue o prefeito a cumprir metas e, se não o fizer, ficará inelegível", ressalta.


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