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SAÚDE
Remuneração não atrai médicos
Programas de saúde pública estão atrás de especialistas, como médicos
e dentistas
RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com variado leque de especialidades, profissionais da área
da saúde têm muitas opções para atuar no setor público.
Desde cedo, porém, muitos
estudantes preferem focar no
mercado privado e se especializar nas áreas mais rentáveis
-como cirurgia ou radiologia.
Enquanto isso, cresce a demanda por eles no setor público. Auxiliares de enfermagem
lideram a lista de contratações
no funcionalismo paulista, seguidos por pessoal administrativo, médicos e enfermeiros, segundo o SindSaúde (Sindicato
dos Trabalhadores Públicos da
Saúde no Estado de São Paulo).
"Houve incremento no segmento de saúde da família, mas
essa especialidade não faz parte
das opções da maioria dos médicos", avalia João Pereira Leite, coordenador da área de medicina 2 na Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior).
"Devido à especialização cada vez maior do médico, não há
atrativo financeiro para ele no
serviço público", afirma Hélcio
Marcelino, secretário-geral do
SindSaúde. O salário, no Estado, é de R$ 1.800 a R$ 2.000, em
média. No setor privado, o valor médio é de R$ 8.000.
Os órgãos que mais contratam são os cerca de 40 hospitais
públicos estaduais e a Secretaria Estadual de Saúde, que tem
130 mil contratados diretos e
cerca de 40 mil indiretos.
Procuram-se dentistas
Já no plano nacional, um
programa do Ministério da
Saúde tem impulsionado a demanda por dentistas.
O Brasil Sorridente, política
de saúde bucal lançada em
2004, acaba de credenciar 179
novas equipes de saúde bucal
para trabalhar com as de saúde
da família em 35 municípios de
13 Estados.
As 18 mil equipes são compostas por um cirurgião-dentista e um auxiliar -a meta é
que cheguem a 20,5 mil neste
ano e a 24 mil em 2011.
Gilberto Pucca, coordenador
de saúde bucal do Ministério da
Saúde, diz que, para trabalhar
no projeto, é preciso ter "sólida
formação de clínica geral, planejamento dos serviços e humanização". Também foram
implantados, nos últimos anos,
mais de 600 CEOs (Centros de
Especialidades Odontológicas)
nos municípios.
Cada um tem, em média, 15
profissionais. "Até 2011, poderão ser absorvidos cerca de 30
mil profissionais na rede pública, incluindo as equipes de saúde bucal do Brasil Sorridente,
os CEOs e os centros de alta
complexidade", diz Pucca.
O salário dos dentistas varia
em cada cidade, mas a média é
de R$ 2.500. A ABO (Associação Brasileira de Odontologia)
propõe piso de R$ 7.500, discutido em projeto de lei na Câmara dos Deputados.
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