São Paulo, domingo, 08 de março de 2009

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SAÚDE

Remuneração não atrai médicos

Programas de saúde pública estão atrás de especialistas, como médicos e dentistas

RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com variado leque de especialidades, profissionais da área da saúde têm muitas opções para atuar no setor público.
Desde cedo, porém, muitos estudantes preferem focar no mercado privado e se especializar nas áreas mais rentáveis -como cirurgia ou radiologia.
Enquanto isso, cresce a demanda por eles no setor público. Auxiliares de enfermagem lideram a lista de contratações no funcionalismo paulista, seguidos por pessoal administrativo, médicos e enfermeiros, segundo o SindSaúde (Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo).
"Houve incremento no segmento de saúde da família, mas essa especialidade não faz parte das opções da maioria dos médicos", avalia João Pereira Leite, coordenador da área de medicina 2 na Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
"Devido à especialização cada vez maior do médico, não há atrativo financeiro para ele no serviço público", afirma Hélcio Marcelino, secretário-geral do SindSaúde. O salário, no Estado, é de R$ 1.800 a R$ 2.000, em média. No setor privado, o valor médio é de R$ 8.000.
Os órgãos que mais contratam são os cerca de 40 hospitais públicos estaduais e a Secretaria Estadual de Saúde, que tem 130 mil contratados diretos e cerca de 40 mil indiretos.

Procuram-se dentistas
Já no plano nacional, um programa do Ministério da Saúde tem impulsionado a demanda por dentistas.
O Brasil Sorridente, política de saúde bucal lançada em 2004, acaba de credenciar 179 novas equipes de saúde bucal para trabalhar com as de saúde da família em 35 municípios de 13 Estados.
As 18 mil equipes são compostas por um cirurgião-dentista e um auxiliar -a meta é que cheguem a 20,5 mil neste ano e a 24 mil em 2011.
Gilberto Pucca, coordenador de saúde bucal do Ministério da Saúde, diz que, para trabalhar no projeto, é preciso ter "sólida formação de clínica geral, planejamento dos serviços e humanização". Também foram implantados, nos últimos anos, mais de 600 CEOs (Centros de Especialidades Odontológicas) nos municípios.
Cada um tem, em média, 15 profissionais. "Até 2011, poderão ser absorvidos cerca de 30 mil profissionais na rede pública, incluindo as equipes de saúde bucal do Brasil Sorridente, os CEOs e os centros de alta complexidade", diz Pucca.
O salário dos dentistas varia em cada cidade, mas a média é de R$ 2.500. A ABO (Associação Brasileira de Odontologia) propõe piso de R$ 7.500, discutido em projeto de lei na Câmara dos Deputados.


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