São Paulo, terça-feira, 08 de maio de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Seleção dirigida

Repetição, precisão e controle da intensidade e do desgaste conduzem treinos de atletas de elite em busca de melhores condicionamento físico e resultados

DA REPORTAGEM LOCAL

Vanderlei Cordeiro de Lima, 37, corre 200 km todas as semanas. É uma média que nem um muito dedicado atleta de fim de semana sonha em atingir.
O abismo não é fruto só da distância, que dá ao maratonista condicionamento físico invejável. A precisão do trabalho, a intensidade e o controle do esforço fazem a diferença entre atletas como ele e amadores em busca de boa forma física.
"Como o Vanderlei é mais veterano, está mais suscetível a lesões agudas ou estiramento. Não trabalhamos com velocidade em curtas distâncias", diz o técnico Ricardo D'Angelo.
Marílson dos Santos, 29, também maratonista, não é poupado. Mais jovem, suporta os treinos mais intensos.
Vanderlei e o time de atletismo pré-classificado para o Pan têm cuidados especiais para evitar problemas com excesso de treino. O reflotron, aparelho que avalia o sangue, é novo aliado. "A partir dos resultados, podemos corrigir distorções nos treinos", explica D'Angelo.
Para maior precisão do trabalho, o atletismo também terá o "muscle lab", que custou cerca de R$ 35 mil. Ele prevê a carga exata que o atleta deve levantar para ganhar força.
"É bom para quem mexe com explosão, como saltadores. Mas pode ajudar velocistas e lançadores", diz Nélio Moura, que treina Maurren Maggi.
Diferentemente de Vanderlei, que faz basicamente esforço aeróbico (grande consumo de oxigênio), essas provas são mais anaeróbicas. E requerem outra forma de preparação.
Como o judô. Danielle Zangrando ganha fôlego simulando lutas (dez de 5 minutos cada uma, por treino). Tem que encaixar o maior número de golpes em intervalos de 15 a 30 segundos. "É uma forma de condicioná-la a estar sempre no pico sem estar desgastada", fala o técnico Marcos Daud.
Rosângela Conceição, da luta livre, faz treino misto. Os exercícios buscam, além de força, mobilidade e agilidade.
Em alguns casos, os treinos mudam. No vôlei, acreditava-se que cortadas potentes eram fruto de velocidade, obtida com pouca carga e muita repetição. "Agora sabemos que é preciso força", diz José Elias Proença, do time feminino.


Texto Anterior: Geração de resultados
Próximo Texto: Altitude provoca 'doping natural'
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.