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Seleção dirigida
Repetição, precisão e controle da intensidade e do desgaste conduzem treinos de atletas de elite em busca de melhores condicionamento físico e resultados
DA REPORTAGEM LOCAL
Vanderlei Cordeiro
de Lima, 37, corre
200 km todas as semanas. É uma média que nem um
muito dedicado atleta de fim de
semana sonha em atingir.
O abismo não é fruto só da
distância, que dá ao maratonista condicionamento físico invejável. A precisão do trabalho,
a intensidade e o controle do
esforço fazem a diferença entre
atletas como ele e amadores
em busca de boa forma física.
"Como o Vanderlei é mais
veterano, está mais suscetível a
lesões agudas ou estiramento.
Não trabalhamos com velocidade em curtas distâncias", diz
o técnico Ricardo D'Angelo.
Marílson dos Santos, 29,
também maratonista, não é
poupado. Mais jovem, suporta
os treinos mais intensos.
Vanderlei e o time de atletismo pré-classificado para o Pan
têm cuidados especiais para
evitar problemas com excesso
de treino. O reflotron, aparelho
que avalia o sangue, é novo
aliado. "A partir dos resultados,
podemos corrigir distorções
nos treinos", explica D'Angelo.
Para maior precisão do trabalho, o atletismo também terá
o "muscle lab", que custou cerca de R$ 35 mil. Ele prevê a carga exata que o atleta deve levantar para ganhar força.
"É bom para quem mexe
com explosão, como saltadores. Mas pode ajudar velocistas
e lançadores", diz Nélio Moura,
que treina Maurren Maggi.
Diferentemente de Vanderlei, que faz basicamente esforço aeróbico (grande consumo
de oxigênio), essas provas são
mais anaeróbicas. E requerem
outra forma de preparação.
Como o judô. Danielle Zangrando ganha fôlego simulando lutas (dez de 5 minutos cada
uma, por treino). Tem que encaixar o maior número de golpes em intervalos de 15 a 30 segundos. "É uma forma de condicioná-la a estar sempre no
pico sem estar desgastada", fala o técnico Marcos Daud.
Rosângela Conceição, da luta
livre, faz treino misto. Os exercícios buscam, além de força,
mobilidade e agilidade.
Em alguns casos, os treinos
mudam. No vôlei, acreditava-se que cortadas potentes eram
fruto de velocidade, obtida
com pouca carga e muita repetição. "Agora sabemos que é
preciso força", diz José Elias
Proença, do time feminino.
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