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Intercâmbio esportivo
Para aprimorar a performance, competidores nacionais se enveredam por outras modalidades em busca de exercícios que trabalhem seus pontos
DA REPORTAGEM LOCAL
Paula Pequeno já levanta 50 quilos. Fabiana Murer é craque
nos exercícios de solo. Fernando Saraiva
evolui no estilo crawl na piscina. Roni Conceição se aprimora em corridas de fundo.
Todos estarão no Pan. Mas
não para exibir essas habilidades. Atletas de elite do país,
buscaram em outros esportes
os exercícios que faltavam para
apurar o físico e a técnica.
O intercâmbio entre modalidades está cada vez mais intenso. E, além de melhorar o corpo, também torna os treinos
menos enfadonhos.
Danielle Zangrando nunca se
imaginou dando piruetas em
um tablado. Mas encontrou em
atividades usadas pelas ginastas uma forma de fortalecer sua
pegada. Nos treinos, sobe em
cordas para trabalhar os músculos das mãos e do antebraço.
"Ela faz um trabalho grande
de força. Se ela não fizer, inicia
o combate com um déficit. Se
estiver firme, vai saber direcionar melhor os golpes, usar sua
tática, conduzir a adversária",
explica o técnico Marcos Daud.
Para aprimorar a força das
jogadoras, José Elias Proença,
da seleção de vôlei, inseriu nos
treinos o levantamento de peso. Elas ganharam braços mais
definidos e, conseqüentemente, cortadas mais potentes.
"Nós procuramos práticas
que incrementem o trabalho físico. O levantamento de peso
feminino é novo. Ainda há preconceito. Mas, quando começaram a ver resultados, as meninas perceberam que era um
bom aliado", relata José Elias.
Algumas modalidades são
principalmente anaeróbicas.
Para quem as pratica, o problema é como conseguir fôlego.
Janice Teixeira gasta horas
por dia dando tiros. Para
agüentar, brinca de ciclista.
Fernando Saraiva, do levantamento de peso, realiza trabalhos de fortalecimento aeróbico com natação e corridas.
"Faço isso quando começo a
treinar para a temporada", diz.
A especialização já rendeu situações inusitadas. Saraiva sofreu lesão nas costas no início
do ano, ao saltar da plataforma
de 10 metros. "Ele fazia saltos
ornamentais quando tinha 11
anos, 1,45 m e 60 kg. Hoje, aos
17, está com 1,83 m e 98 kg. São
situações bem distintas", afirma o técnico Edmílson Dantas.
Por outro lado, habilidades
antigas podem auxiliar o desempenho na nova modalidade. É o caso de Fabiana Murer.
Aparentemente, ginástica artística e salto com vara não têm
ligação. Mas, graças à força nos
membros superiores exigidas
pela ginástica, Fabiana conseguiu se destacar no atletismo.
E ainda mantém antigos treinos, que a ajudam a ganhar
também equilíbrio e força.
"Era muito alta para a ginástica. Chegou uma hora em que
tive que optar", lembra ela.
O intercâmbio às vezes é tão
prazeroso que faz o competidor ganhar uma "vida dupla".
Quando não está jogando,
Ronivaldo Conceição, um dos
destaques brasileiros do
squash, ganha as ruas. Seu novo hobby são as corridas.
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