São Paulo, terça-feira, 08 de maio de 2007

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Intercâmbio esportivo

Para aprimorar a performance, competidores nacionais se enveredam por outras modalidades em busca de exercícios que trabalhem seus pontos

DA REPORTAGEM LOCAL

Paula Pequeno já levanta 50 quilos. Fabiana Murer é craque nos exercícios de solo. Fernando Saraiva evolui no estilo crawl na piscina. Roni Conceição se aprimora em corridas de fundo.
Todos estarão no Pan. Mas não para exibir essas habilidades. Atletas de elite do país, buscaram em outros esportes os exercícios que faltavam para apurar o físico e a técnica.
O intercâmbio entre modalidades está cada vez mais intenso. E, além de melhorar o corpo, também torna os treinos menos enfadonhos.
Danielle Zangrando nunca se imaginou dando piruetas em um tablado. Mas encontrou em atividades usadas pelas ginastas uma forma de fortalecer sua pegada. Nos treinos, sobe em cordas para trabalhar os músculos das mãos e do antebraço.
"Ela faz um trabalho grande de força. Se ela não fizer, inicia o combate com um déficit. Se estiver firme, vai saber direcionar melhor os golpes, usar sua tática, conduzir a adversária", explica o técnico Marcos Daud.
Para aprimorar a força das jogadoras, José Elias Proença, da seleção de vôlei, inseriu nos treinos o levantamento de peso. Elas ganharam braços mais definidos e, conseqüentemente, cortadas mais potentes.
"Nós procuramos práticas que incrementem o trabalho físico. O levantamento de peso feminino é novo. Ainda há preconceito. Mas, quando começaram a ver resultados, as meninas perceberam que era um bom aliado", relata José Elias.
Algumas modalidades são principalmente anaeróbicas. Para quem as pratica, o problema é como conseguir fôlego.
Janice Teixeira gasta horas por dia dando tiros. Para agüentar, brinca de ciclista. Fernando Saraiva, do levantamento de peso, realiza trabalhos de fortalecimento aeróbico com natação e corridas.
"Faço isso quando começo a treinar para a temporada", diz.
A especialização já rendeu situações inusitadas. Saraiva sofreu lesão nas costas no início do ano, ao saltar da plataforma de 10 metros. "Ele fazia saltos ornamentais quando tinha 11 anos, 1,45 m e 60 kg. Hoje, aos 17, está com 1,83 m e 98 kg. São situações bem distintas", afirma o técnico Edmílson Dantas.
Por outro lado, habilidades antigas podem auxiliar o desempenho na nova modalidade. É o caso de Fabiana Murer.
Aparentemente, ginástica artística e salto com vara não têm ligação. Mas, graças à força nos membros superiores exigidas pela ginástica, Fabiana conseguiu se destacar no atletismo.
E ainda mantém antigos treinos, que a ajudam a ganhar também equilíbrio e força.
"Era muito alta para a ginástica. Chegou uma hora em que tive que optar", lembra ela.
O intercâmbio às vezes é tão prazeroso que faz o competidor ganhar uma "vida dupla".
Quando não está jogando, Ronivaldo Conceição, um dos destaques brasileiros do squash, ganha as ruas. Seu novo hobby são as corridas.


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