|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Articulação para a candidatura à presidência da Fifa decolou com o tri
Conforme o relato oficial de Havelange, só em 1971, quando os
presidentes das federações argentina e uruguaia pediram-lhe autorização para lançar sua candidatura, ela passou a ser considerada.
A Folha apurou, no entanto, que
em outubro de 1968, em Guadalajara (México), uma articulação
pró-Havelange, no mínimo com o
seu conhecimento, já reunia a
maioria dos países americanos,
inclinados a lançá-lo já em 1970.
A candidatura contra Stanley
Rous, à frente da Fifa desde 1961,
só não foi adiante porque ainda
não tinha chances de vencer.
Com o eventual tricampeonato
transformado em pedra fundamental da plataforma à Fifa, no
começo de 1969 Havelange toma
uma decisão que, pela ousadia e
impacto, entra para a história.
Calando quase todas as vozes
que, desde 1966, faziam-lhe oposição ruidosa, convida o jornalista
esportivo João Saldanha para ser o
técnico da seleção. Numa resposta
antológica, ao receber a mensagem do presidente da CBD, o gaúcho Saldanha diz: "Topo!".
Documentos confidenciais da
polícia política elaborados desde a
década de 40 e até hoje inéditos,
obtidos pela Folha no Rio, permitem saber quem era, aos olhos do
regime militar, o cidadão João Alves Jobim Saldanha.
Em 6 de maio de 1964, cerca de
um mês depois do movimento que
depôs o governo João Goulart, o
Dops enviava, a pedido das novas
autoridades, e com expediente número 2.034, a ficha de Saldanha.
Titular do prontuário 12.365 do
antigo Departamento Federal de
Segurança Pública, Saldanha foi
preso pela primeira vez em 3 de
agosto de 1947, acusado de ser o
secretário de divulgação do então
banido Partido Comunista do Brasil, do qual era de fato militante.
Nessa data, aos 30 anos, Saldanha tira fotos de frente e de perfil e
é obrigado a imprimir as digitais
dos dedos. Dorme na cadeia e, no
dia seguinte, é libertado. (Até hoje
as impressões e as fotos estão arquivadas, em ótimo estado).
Quando foi chamado para assumir a seleção, frustrando o treinador do Botafogo-RJ, Zagallo, que
esperava ser o escolhido, Saldanha
continuava comunista, clandestinamente, num país em que o governo fazia do combate às organizações de esquerda sua prioridade.
A investigação da Folha nos arquivos dos órgãos de repressão
demonstra que, desde a ditadura
do Estado Novo (1937-45), parte
final do primeiro governo Vargas
(1930-45), o futebol é alvo constante de espionagem política.
Originalmente, a repressão considerava os clubes de futebol e as
aglomerações nos estádios espaços favoráveis à agitação dos comunistas, então na ilegalidade.
Depois, no regime militar, os relatos dos "arapongas" beiraram
o delírio, como nas análises sobre
transmissões de rádio, em 1975,
último ano de Havelange à frente
da CBD, cargo do qual foi afastado
pelo presidente Ernesto Geisel.
Em 15 de maio de 1975, a agência
Rio de Janeiro do SNI (Serviço Nacional de Informações), órgão ligado à Presidência da República,
produz o informe 013/16/75. Assunto: "incitamento de público
no Maracanã". O documento analisa comentários de Mário Vianna
sobre arbitragem na rádio Globo.
"Durante a realização de jogos
no estádio Mário Filho (Maracanã), os comentários agressivos, e
por vezes ofensivos, promovidos
pelo comentarista de arbitragem
da rádio Globo, sr. Mário Vianna,
vêm provocando na massa de torcedores reações descontroladas
[que" normalmente culminam
em distúrbios de médias proporções, chegando a agressões indiscriminadas [e" à destruição das
instalações do estádio", afirma.
"Item 2: consta que essa provocação subliminar tem como criador e orientador o comentarista
esportivo João Saldanha, elemento
ligado às esquerdas e defensor da
ideologia comunista, o qual [Saldanha" se utiliza do locutor Mário Vianna, elemento inculto incapaz de compreender que está sendo utilizado para outros propósitos, mas que, com sua linguagem
rude e grosseira, sem dúvida alcança, através dos rádios de pilhas
dos torcedores, a fácil comunicação com o alvo desejado, o público
presente", continua o informe.
Um relatório de 8 de julho de
1975, "confidencial" e arquivado
na Delegacia Geral de Investigações Especiais, também fala dos
comentários de Saldanha: "Consta que o objetivo final é formar um
clima de histeria coletiva tal que,
no dia de grande jogo, não será difícil o desencadeamento de um
grande tumulto cujos resultados
imprevisíveis poderão gerar uma
catástrofe semelhante às ocorridas
em outros estádios do Brasil".
Esclarecimento: o que havia de
mais subversivo naquelas transmissões era o bordão com que Mário Vianna apontava equívocos do
árbitro nas partidas: "Errrrrou!".
O Saldanha espionado pelos militares seria o técnico de Havelange nas eliminatórias para a Copa
de 1970. E não faria má figura.
H
oje, Havelange diz não ter sido o
autor da idéia de chamar Saldanha. "Eu e João fomos moleques juntos, jogamos futebol juntos. Não faço política. Se ele era isso ou aquilo, não me interessa."
"Não fui eu que o convidei.
Quem o convidou foi o Antônio
do Passo [dirigente da CBD responsável pela seleção", a quem eu
disse: "Gosto muito do João, mas
ele vai te dar dor de cabeça'."
No início, nem tanto. Correndo o
Brasil para divulgar suas "feras",
como chamava os jogadores, Saldanha ganha mais popularidade.
Nas eliminatórias para a Copa,
de 6 a 31 de agosto de 1969, com 6
vitórias em 6 partidas, 25 gols
marcados e 2 sofridos, a seleção de
Pelé e Tostão entusiasma o país.
No início de 1970, a situação de
Saldanha começa a claudicar. Bebendo muito, conforme testemunhos, ele espalha que Pelé está com
graves problemas de visão, o que
inviabilizaria a sua ida à Copa.
Ao saber que o técnico Yustrich o
criticara, Saldanha vai à concentração do Flamengo, armado, prometendo matá-lo. Às escondidas,
jogadores -disse um deles- falavam que Saldanha estava maluco.
Em qualquer lugar do mundo e
em qualquer época, a menção ao
corte de Pelé, o maior jogador do
planeta, bastaria para um técnico
cair, com ou sem regime militar.
Não era só isso: "Em público, o
Saldanha vivia a falar mal do Havelange, até na frente do Antônio
do Passo", lembra o jornalista espanhol radicado no Rio Hans
Henningsen, celebrizado pelo dramaturgo Nelson Rodrigues como o
"Marinheiro Sueco".
Havelange conta a sua versão:
"Ganhamos de 1 a 0 do Bangu [jogo-treino", e fiquei preocupado.
Saí dali, peguei meu carro e fui para a concentração no Retiro dos
Padres, em São Conrado [zona sul
do Rio". Eu cheguei, todo mundo
tinha saído, chegou o João".
"Eu disse: "Olha, João, eu queria
conversar contigo sobre as coisas,
como elas se passam...' "Não, chegou um material da Adidas, eu
vou te mostrar', ele disse. Tirou a
roupa, se vestiu, "vê que coisa fantástica'. Eu disse: "Quero conversar contigo...' Saldanha: "Não'."
"Eu digo: "Tá bom. Você não
quer conversar. Passe dia tal no
meu escritório, às 10h'. Na reunião, ele se sentou, e eu disse: "Antônio do Passo, me diga tudo o que
você disse sobre João Saldanha'.
Ele falou. Eu digo: "Então, João,
não vamos mais continuar, a comissão está dissolvida'."
"Eu disse então ao Antônio do
Passo: "Às 17h, eu quero um nome
aqui'. Quando terminou, ouvi o
João aos berros, no corredor. Eu
abri a porta e disse: "Você ainda
está sob contrato da CBD. Se o senhor quiser gritar, o senhor desça,
faça na rua e diga o que o senhor
quiser'. E foi assim."
"Eu queria o Dino Sani, que era
meu amigo, casado com uma senhora professora, um casal fantástico, ele tinha sido meu jogador na
Copa de 58", prossegue Havelange.
"Ele me disse: "João, não posso,
estou isso, assim, assim'. Aí, eu disse ao Passo: "Me traz um técnico!'.
E ele me deu o Zagallo."
Ao chegar à calçada do edifício
João Havelange (o prédio já levava o nome do presidente da CBD),
Saldanha divulga a versão que se
perpetuaria como o motivo da sua
demissão: o presidente Emílio
Garrastazu Médici (1969-74) pedira a convocação do atacante Dario, e Saldanha teria respondido:
"O senhor escala o seu ministério,
e eu escalo o meu time".
Até hoje não apareceu uma só
testemunha de tal diálogo. O general Médici, chefe do governo que
mais oponentes políticos torturou
no país, era um fã do futebol.
O presidente elogiara publicamente Dario, futuro Dadá Maravilha, que viria a ser um dos cinco
maiores artilheiros do Brasil.
Zagallo, depois, levou Dario ao
México, escolha sustentável do
ponto de vista técnico, mas o jogador não atuou nem um minuto.
Rejeitado pelos militares, Saldanha foi demitido por motivos futebolísticos, porque Havelange queria ganhar a Copa. Uma das figuras mais fascinantes que o esporte
e o jornalismo brasileiro conheceram, Saldanha transformou sua
saída num caso político, acrescentando "detalhes", com fértil imaginação, até morrer, em 1990.
"Minha saída da seleção nada
teve a ver com Pelé", disse, em palestra a estudantes da PUC-RJ
(Pontifícia Universidade Católica
do Rio), em setembro de 1978, segundo o informe 213-20 produzido
pela PM-2, o serviço secreto da Polícia Militar do Rio, e enviado para a 2ª Seção do 1º Exército.
O relatório cita a fala de Saldanha: "Eu disse ao presidente que
ele se metesse com o time dele na
política que eu cuidava do meu no
futebol. Aí, ele me derrubou. Como
eu não pude derrubá-lo, perdi".
A seleção que conquistou o tri
em 1970, com o "cego" Pelé escolhido o melhor da Copa, foi, em
campo, um paradigma histórico
do talento do futebol brasileiro.
Fora de campo, mostrou-se um
retrato da sua época: a chefia da
delegação ficou com o major-brigadeiro Jerônimo Bastos, a segurança com o major Ipiranga dos
Guaranys, e a comissão técnica teve militares como Cláudio Coutinho, Raul Carlesso e José Bonetti.
Eles mandavam, não Havelange,
que ficou no Rio, de onde sairia
para a campanha rumo à Fifa ancorado na imagem de presidente
da confederação tricampeã.
A militarização da seleção, que
duraria até 1978, na Argentina, foi
menos uma vontade de Havelange
do que uma imposição do governo, para o qual o triunfo futebolístico era politicamente importante.
Sabe-se que foram produzidos
relatórios para órgãos de informação sobre a seleção. A abertura de
arquivos militares permitiria saber o quê e quem, de dentro da delegação, escreveu sobre a equipe.
Após demitir Saldanha, Havelange vai a Brasília no dia 19 de
março de 1970, convocado pelo
ministro da Educação, coronel
Jarbas Passarinho. Passa 2 horas e
13 minutos com o ministro, que
pede um relatório sobre a seleção.
Passarinho requisita também
cópias de uma entrevista de Saldanha exibida na véspera, à noite, na
TV, criticando o governo.
Em seguida à reunião com o ministro, misteriosamente, Havelange vai à sede do SNI, sem esclarecer o objetivo da "visita".
O balanço da participação dos
militares na seleção, bem como o
de Havelange no esporte brasileiro
e mundial, é contraditório.
O jornalista Sandro Moreyra dizia que major Ipiranga dos Guaranys, "com sua truculência",
"iniciou o afastamento" entre
atletas da seleção e repórteres, dificultando o trabalho jornalístico.
Mas a preparação física para a altitude do México em 1970, com a
contribuição decisiva do capitão
Cláudio Coutinho, depois técnico
da seleção em 1978, é considerada
mundialmente, até hoje, como a
melhor já feita para uma Copa.
A imagem dos militares colou-se
tanto à da seleção que muitos
crêem que Carlos Alberto Parreira, preparador físico auxiliar em
1970 e técnico em 1994, surgiu na
caserna, o que não é verdade.
Fortalecido com o triunfo na
México, Havelange decola o projeto Fifa bolando uma espécie de
Mundial, a Minicopa, no Brasil em
1972. Programado como evento
central das comemorações dos 150
anos da Independência, recebeu o
nome de Taça Independência.
O balanço financeiro da Minicopa, e não o esportivo, viria a ser
determinante para o afastamento
de Havelange da CBD.
Vinte seleções participaram da
Minicopa, boicotada pelos principais países europeus (Inglaterra,
Itália e Alemanha), que qualificaram a iniciativa de "eleitoreira".
Com pouco brilho, o Brasil vence, já sem Pelé, que não acertara
com Havelange o valor de premiações e seguia jogando no Santos.
Utilizando a seleção como instrumento de campanha, a CBD
cobra US$ 15 mil por amistosos na
Europa e paga US$ 25 mil para trazer a Venezuela à Minicopa, assegurando mais um voto na Fifa.
Em 1972, o balanço da CBD
apresenta prejuízo de CR$
15.736.071,20 (mais de US$ 10 milhões atuais), quase o valor do prédio da CBD construído em 1966,
na gestão Havelange, e até hoje sede da CBF no centro do Rio.
O então diretor-financeiro da
CBD, Tarso Herédia de Sá, diz que
a Taça Independência custou CR$
31 milhões à entidade, que recorre
a empréstimos bancários.
O parecer do Conselho Fiscal,
controlado por Havelange, à assembléia geral diz que "a projeção internacional da CBD nos últimos anos tem imposto à diretoria
uma política financeira agressiva".
Em outras palavras, gastos com a
campanha de Havelange à Fifa.
Cresce a insatisfação do governo
com a rolagem de dívidas da CBD
com instituições financeiras públicas. Em junho de 1973, Maurício Toledo (Arena, partido do governo), deputado federal por São
Paulo, pede à Câmara a abertura
de Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o prejuízo na CBD.
Na entidade, tudo passa a girar
em torno da campanha da Fifa.
Em novembro, o boletim da CBD
publica 17 fotos de Havelange.
Em 1974, o general Ernesto Geisel assume a presidência com a
promessa de abertura lenta e gradual da vida política. Aconselhado
por assessores e amigos do Rio,
particularmente por um militar
conhecido pelo apelido de Cacau,
o general Barros Nunes, Geisel se
afasta de João Havelange.
Depois da vitória na Fifa, em 11
de junho de 1974, Havelange tenta
se manter também presidente da
CBD, mas há veto do governo. No
dia 2 de dezembro, atende ao chamado do ministro da Educação,
coronel Ney Braga, e vai a Brasília.
Volta derrotado para o Rio, sabendo que o novo presidente da
CBD será o almirante Heleno Nunes, irmão de Cacau e do ministro
da Marinha do governo Médici, almirante Adalberto Barros Nunes.
Pelo menos até a saída da CBD,
em 10 de janeiro de 1975, Havelange foi espionado pelo regime militar. Em 22 de abril de 1980, contudo, a 1ª Região Militar do Ministério do Exército pede ao Dops do
Rio as pastas sobre Havelange.
Nunca mais os documentos voltariam para ficar ao lado de pastas
com registros sobre João Saldanha
e centenas de entidades (Flamengo, Comitê Olímpico Brasileiro
etc.) e personalidades do esporte.
Sobraram duas cópias da requisição do Exército e uma reportagem simpática a Havelange publicada por um jornal do Rio, então
propriedade de um político.
Coincidentemente, quando o
Exército "limpa as gavetas" de
Havelange nos arquivos, ele já havia se recomposto com o regime.
O presidente, em 1980, é o general João Figueiredo (1979-85), seu
antigo conhecido, também torcedor do tricolor das Laranjeiras.
Simpático, Havelange faz o Fluminense dividir entre ele, já no
cargo simbólico, e Figueiredo a
presidência de honra do clube.
"O Fluminense tinha dois presidentes de honra: o príncipe de
Gales e Getúlio Vargas. Comigo,
eu fiz o João, que jogou no clube,
um homem formidável, de cavalaria", afirma Havelange.
À questão sobre se sabia que os
órgãos de informação o espionavam, o presidente da Fifa respondeu à Folha: "Jamais! Posso lhe
garantir. Quem não gostava de
mim eram determinados generais
que andavam ao lado do presidente Geisel, mas nem tomei conhecimento. Quem é que não queria se
sentar no meu lugar depois de ganhar três Copas na CBD?"
O testemunho final sobre a queda de Havelange da CBD foi colhido por um "araponga" na palestra de João Saldanha na PUC-RJ,
em 1978: "O presidente da CBD
[Heleno Nunes" é um homem de
bem, porém ingênuo. Foi lá colocado pelo presidente da República
[Geisel", que botou o Havelange
para fora e colocou o Heleno Nunes no seu lugar", disse Saldanha.
O
s incômodos da família Havelange
com os militares antecediam ao
regime de 1964. O belga Joseph
Faustin Godefroid Havelange, pai
do presidente da Fifa, morreu em
1934, após um derrame causado
pela tensão com concorrências
para o fornecimento de armas.
"Meu pai tinha representações [de fábricas de armas", foi
um homem que ganhou bastante
dinheiro, mas não era rico. No dia
em que ele faleceu, eu tinha 18
anos e tive que começar do zero.
Meu pai representava a Fabrique
Nacional de Armes de Guerre, e o
governo brasileiro abriu uma licitação para fornecer mosquetões."
"Ele apresentou a proposta e ganhou. Anularam, em 1932. Seis
meses depois, ele ganhou, foi indo,
foram quatro vezes, anularam o
fornecimento, e meu pai na última
ganhou. Voltou para casa, sentiu-se muito mal, teve um derrame, ficou 90 dias numa cama."
"Ele voltou a si três vezes, estava
ao lado dele. Mandei vir um médico da França, ele veio, ficou na
porta do quarto, me olhou e disse:
"Amanhã, seu pai já não terá mais
vida'. Eu jogava "water polo' [pólo
aquático" e tive vontade de dar
nele. Mas não disse nada. No outro
dia, meu pai estava morto."
Um brasileiro que observa Havelange há mais de 30 anos acha que
a raiz da determinação, da dureza
e do pragmatismo do chefe do futebol mundial, um homem que raramente sorri, está na educação
paterna e nas circunstâncias que
levaram Joseph Faustin à morte.
A partir dos anos 90, Havelange
passa a contar uma história espetacular, que, estranhamente, não
costumava ser comentada entre os
seus amigos na casa do Cosme Velho, na zona sul do Rio, onde a família morava nos anos 30.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|