São Paulo, domingo, 08 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAÚDE

Gasto cresce, e funcionário já paga exames e consultas

Para conter alta de 10% ao ano, companhias partiram para renegociação com operadoras

RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O peso dos gastos com assistência médica -agravado pelo aumento da demanda devido à gripe A (H1N1)- faz empresas pensarem em dividir a conta com os funcionários e renegociar valores de planos de saúde corporativos com operadoras.
"Quanto maior a demanda, maior o custo. A gripe suína gerou procura absurda, hospitais ficaram sobrecarregados", diz Ronn Gabay, líder de administração de benefícios da Hewitt.
Em geral, a oferta de assistência médica manteve-se inalterada entre 2008 e 2009, segundo especialistas. Mas algumas companhias reduziram seu padrão, e outras instituíram coparticipação do funcionário no pagamento.
Hoje, 58% das empresas clientes da Hewitt utilizam o modelo da coparticipação nas consultas -funcionários pagam 23% dos custos-, e 52%, nos exames (21% do valor é pago pelos profissionais).
De 2006 a 2008, o custo per capita de programas de assistência à saúde cresceu, em média, 10% ao ano, segundo pesquisa da consultoria Watson Wyatt feita com 242 empresas em dezembro de 2008. De 2007 a 2008, subiu de 21% para 25% o percentual de empresas que pretendiam repassar o aumento aos funcionários.
Segundo Gabay, foram poucas as que reduziram o padrão ou transferiram o benefício a uma operadora com administração mais barata.

Nova resolução
Para Sheila Clezar, diretora da Marsh Saúde e Benefícios, a empresa em que o gasto com plano de saúde equivale a até 8% da folha de pagamento tem custos em ordem. "Se equivaler a 12%, sinal vermelho."
A Souza Cruz diz ter conseguido resolver essa equação com programas de prevenção, campanhas e ginástica laboral. "Questionamos a operadora sobre todos os gastos, e estamos sempre negociando as taxas", afirma Giovanni Santomartino, gerente corporativo de RH.
Três novas resoluções da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), que entraram em vigor na última terça (3), podem onerar o custo dos planos de saúde, segundo especialistas. Uma de suas determinações é que as empresas só poderão rever preços de contratos uma vez por ano -antes, a revisão era feita em prazo combinado entre as partes.

PREVENÇÃO ALIVIA CUSTOS
Ricardo Rodrigues, 34, diretor de RH da Lexmark, mapeia o estilo de vida de funcionários e dependentes para reduzir gastos. "O custo do plano sempre fica abaixo do estipulado na apólice." Mas, na crise, renegociou contratos.


Texto Anterior: Empresas oferecem incentivo de longo prazo
Próximo Texto: Tecnologia vigia regra do vale-farmácia
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.