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SAÚDE
Gasto cresce, e funcionário já paga exames e consultas
Para conter alta de 10% ao ano, companhias partiram para renegociação com operadoras
RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O peso dos gastos com assistência médica -agravado pelo
aumento da demanda devido à
gripe A (H1N1)- faz empresas
pensarem em dividir a conta
com os funcionários e renegociar valores de planos de saúde
corporativos com operadoras.
"Quanto maior a demanda,
maior o custo. A gripe suína gerou procura absurda, hospitais
ficaram sobrecarregados", diz
Ronn Gabay, líder de administração de benefícios da Hewitt.
Em geral, a oferta de assistência médica manteve-se inalterada entre 2008 e 2009, segundo especialistas. Mas algumas companhias reduziram
seu padrão, e outras instituíram coparticipação do funcionário no pagamento.
Hoje, 58% das empresas
clientes da Hewitt utilizam o
modelo da coparticipação nas
consultas -funcionários pagam 23% dos custos-, e 52%,
nos exames (21% do valor é pago pelos profissionais).
De 2006 a 2008, o custo per
capita de programas de assistência à saúde cresceu, em média, 10% ao ano, segundo pesquisa da consultoria Watson
Wyatt feita com 242 empresas
em dezembro de 2008. De
2007 a 2008, subiu de 21% para
25% o percentual de empresas
que pretendiam repassar o aumento aos funcionários.
Segundo Gabay, foram poucas as que reduziram o padrão
ou transferiram o benefício a
uma operadora com administração mais barata.
Nova resolução
Para Sheila Clezar, diretora
da Marsh Saúde e Benefícios, a
empresa em que o gasto com
plano de saúde equivale a até
8% da folha de pagamento tem
custos em ordem. "Se equivaler
a 12%, sinal vermelho."
A Souza Cruz diz ter conseguido resolver essa equação
com programas de prevenção,
campanhas e ginástica laboral.
"Questionamos a operadora sobre todos os gastos, e estamos
sempre negociando as taxas",
afirma Giovanni Santomartino,
gerente corporativo de RH.
Três novas resoluções da
ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), que entraram
em vigor na última terça (3),
podem onerar o custo dos planos de saúde, segundo especialistas. Uma de suas determinações é que as empresas só poderão rever preços de contratos
uma vez por ano -antes, a revisão era feita em prazo combinado entre as partes.
PREVENÇÃO
ALIVIA
CUSTOS
Ricardo Rodrigues, 34, diretor de
RH da Lexmark, mapeia o estilo
de vida de funcionários e
dependentes para reduzir
gastos. "O custo do plano
sempre fica abaixo do
estipulado na apólice." Mas, na
crise, renegociou contratos.
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