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PREVIDÊNCIA PRIVADA
Regra federal e mercado impedem mudanças
Fator de atração de executivos, planos não foram alterados, mesmo em tempos de crise
SILVIA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A previdência privada passou
incólume a cortes por dois motivos. O principal é que, em alguns casos, empresas não podem mudar facilmente a contrapartida (sua contribuição).
Outra razão é que, sem um
bom plano de previdência, ao
contratar, a companhia "abrirá
uma lacuna na remuneração
total", segundo Felinto Sernache, gerente de consultoria em
previdência privada da Towers
Perrin. "Terá de pagar mais em
salário para atrair", comenta.
Mauro Guadagnoli, superintendente comercial da Brasilprev, explica que há dois modelos: no plano aberto, a empresa
terceiriza a uma seguradora os
riscos da operação e a gestão. Se
quiser fazer alterações na contrapartida, terá de refazer o
contrato ou fazer um aditivo.
"Na entidade fechada, ela
tem em mãos a gestão, e cria
um fundo de pensão sem fins
lucrativos", diz. Nesse caso, para fazer mudanças, é necessária
a aprovação da Secretaria de
Previdência Complementar, ligada ao Ministério da Previdência Social.
Pesquisa da Towers Perrin
com 262 empresas mostra que
71% delas oferecem previdência privada -58% por meio de
entidades fechadas, e 42% por
meio de entidades abertas.
Guadagnoli afirma que, para
atrair talentos, a companhia
pode oferecer regras agressivas
de "vesting" (saldamento), como aportar porcentagem significativa do valor investido pelo
funcionário e dar acesso ao dinheiro em poucos anos -o prazo é definido em contrato.
Já para manter esses profissionais, elas investem alta porcentagem do valor de contribuição do funcionário e "alongam" seu período de permanência na empresa para sacar o
dinheiro aplicado por ela.
Renda fixa
A mudança mais percebida
neste ano foi a preferência por
alocar recursos em renda fixa
em vez de na variável, segundo
a Brasilprev e a Abrapp (Associação Brasileira das Entidades
Fechadas de Previdência Complementar). "Fundo de pensão
não é especulativo", explica José de Souza Mendonça, diretor-presidente da Abrapp.
Na Sanofi-Aventis, o funcionário pôde escolher o perfil de
seu investimento -desde conservador até agressivo. O que
varia é o percentual ou valor
alocado em renda variável.
Já a Abrilprev, fundo de pensão do Grupo Abril, alterou a
política de investimentos para
ter mais rentabilidade e menos
custos. A contrapartida varia
de 30% a 150% da contribuição
do funcionário básica.
POUPANÇA
Foi o primeiro chefe da analista de comunicação
Sabrina Thomé, 29, que a incentivou a começar o
plano de previdência privada da empresa -aos
18. Hoje, considera a escolha acertada. "Quando
somos jovens, pensamos que o dinheiro pode ser
usado de outros modos. Quando olho meu
extrato, penso que poderia ter despendido mais."
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