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SEGUROS
Executivo mira proteção de bens em caso de processos
Crise aumenta a procura por cobertura em ações judiciais devido a erros administrativos
JORDANA VIOTTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Este ano foi movimentado
para operadoras de seguros
-bastante procuradas por
clientes para revisar contratos.
Renegociação de taxas, troca
dos prestadores do serviço e
contenção de reajustes foram
alguns dos temas em discussão,
segundo Ricardo Lobão,
consultor sênior da consultoria
Towers Perrin.
Algumas centralizaram vários contratos em um só fornecedor para ganhar escala, aponta Sheila Clezar, diretora da
Marsh Saúde e Benefícios.
Segundo Lobão, houve readequação de coberturas em seguros obrigatórios, como o de
vida, um dos mais valorizados.
Um exemplo: quem dava cobertura de 32 a 36 salários em
caso de morte a reduziu para
24, a média do mercado.
Em outros casos, a revisão de
benefícios foi positiva. No grupo Santander Brasil -fusão do
Santander com o Real- houve
equiparação dos seguros de vida para cima. "Havia colaboradores com coberturas de 18 e 24
salários, e todos foram para
30", afirma Lilian Guimarães,
diretora-executiva de RH.
O cenário instável aumentou
ainda a demanda pelo seguro
de riscos administrativos, conhecido como D&O (sigla, em
inglês, para diretores e funcionários). Ele protege os bens do
profissional e cobre custos de
defesa e de condenação se ele
for responsabilizado civilmente por iniciativas consideradas
erros administrativos -e se for
provado que não agiu de má-fé.
Para Lobão, o D&O começa a
virar um importante fator de
atratividade para executivos,
que se preocupam cada vez
mais com processos movidos
por acionistas, funcionários ou
fornecedores e que possam
ameaçar seu patrimônio.
A MWM motores, por exemplo, oferece esse seguro para
seus cinco diretores principais.
E resolveu mantê-lo mesmo
quando teve de reduzir a jornada de trabalho por três meses,
para evitar demissões.
Oferta flexível
Algumas empresas adotaram
outras táticas. A Indra (multinacional espanhola) já subsidia
totalmente o seguro de vida e
oferece cobertura de 24 a 48 salários, mas pretende apostar
em pacotes de benefícios flexíveis no próximo ano.
"Uma bolsa de estudos pode
ser mais atrativa do que um seguro de vida para um jovem de
20 anos", avalia o diretor de recursos humanos Osvaldo Pires.
Já as que enviam executivos
ao exterior, especialmente à
União Europeia, pouco puderam fazer sobre seguros de viagem. O Tratado de Schengen,
em vigor em 15 países europeus, determina cobertura mínima de 30 mil (R$ 76,8 mil)
para assistência médica.
(JV)
DUPLA
PROTEÇÃO
Apesar de a empresa haver
mantido todos os seus
benefícios durante a crise
(inclusive o seguro de vida
por invalidez ou por
acidente), Cristian Gallegos,
diretor-geral da Tecla, ainda
complementa sua cobertura
com outra apólice, que
possui em conjunto com sua
mulher. Ela garante o
pagamento das
mensalidades escolares
-até a faculdade- para
seus dois filhos.
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