São Paulo, domingo, 08 de novembro de 2009

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SEGUROS

Executivo mira proteção de bens em caso de processos

Crise aumenta a procura por cobertura em ações judiciais devido a erros administrativos

JORDANA VIOTTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Este ano foi movimentado para operadoras de seguros -bastante procuradas por clientes para revisar contratos. Renegociação de taxas, troca dos prestadores do serviço e contenção de reajustes foram alguns dos temas em discussão, segundo Ricardo Lobão, consultor sênior da consultoria Towers Perrin.
Algumas centralizaram vários contratos em um só fornecedor para ganhar escala, aponta Sheila Clezar, diretora da Marsh Saúde e Benefícios.
Segundo Lobão, houve readequação de coberturas em seguros obrigatórios, como o de vida, um dos mais valorizados.
Um exemplo: quem dava cobertura de 32 a 36 salários em caso de morte a reduziu para 24, a média do mercado.
Em outros casos, a revisão de benefícios foi positiva. No grupo Santander Brasil -fusão do Santander com o Real- houve equiparação dos seguros de vida para cima. "Havia colaboradores com coberturas de 18 e 24 salários, e todos foram para 30", afirma Lilian Guimarães, diretora-executiva de RH.
O cenário instável aumentou ainda a demanda pelo seguro de riscos administrativos, conhecido como D&O (sigla, em inglês, para diretores e funcionários). Ele protege os bens do profissional e cobre custos de defesa e de condenação se ele for responsabilizado civilmente por iniciativas consideradas erros administrativos -e se for provado que não agiu de má-fé.
Para Lobão, o D&O começa a virar um importante fator de atratividade para executivos, que se preocupam cada vez mais com processos movidos por acionistas, funcionários ou fornecedores e que possam ameaçar seu patrimônio.
A MWM motores, por exemplo, oferece esse seguro para seus cinco diretores principais. E resolveu mantê-lo mesmo quando teve de reduzir a jornada de trabalho por três meses, para evitar demissões.

Oferta flexível
Algumas empresas adotaram outras táticas. A Indra (multinacional espanhola) já subsidia totalmente o seguro de vida e oferece cobertura de 24 a 48 salários, mas pretende apostar em pacotes de benefícios flexíveis no próximo ano.
"Uma bolsa de estudos pode ser mais atrativa do que um seguro de vida para um jovem de 20 anos", avalia o diretor de recursos humanos Osvaldo Pires.
Já as que enviam executivos ao exterior, especialmente à União Europeia, pouco puderam fazer sobre seguros de viagem. O Tratado de Schengen, em vigor em 15 países europeus, determina cobertura mínima de 30 mil (R$ 76,8 mil) para assistência médica. (JV)

DUPLA PROTEÇÃO
Apesar de a empresa haver mantido todos os seus benefícios durante a crise (inclusive o seguro de vida por invalidez ou por acidente), Cristian Gallegos, diretor-geral da Tecla, ainda complementa sua cobertura com outra apólice, que possui em conjunto com sua mulher. Ela garante o pagamento das mensalidades escolares -até a faculdade- para seus dois filhos.


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