São Paulo, domingo, 08 de novembro de 2009

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SUBSÍDIO A CURSOS

Verba para estudos sofreu mais com cortes

Companhias reduzem custeio de cursos de pós-graduação e de idiomas de funcionários

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ao contrário de outros benefícios, as políticas de incentivo à educação continuada -como bolsas e subsídios a cursos- sofreram cortes neste ano.
Um estudo feito pela Towers Perrin em março mostra que, para lidar com a crise, 30% das empresas cortaram verbas de treinamento, incluindo gastos com cursos de pós e idiomas.
Antes disso, elas reduziram gastos com viagens (53%), contratações (49%), eventos de confraternização (38%) e pagamento por mérito (38%).
Como as empresas não dependem de operadoras para alterar as regras desse benefício, é mais fácil estabelecer cortes em bolsas para especialização e idiomas, comenta Maurício Tasca, consultor da Hays.
Na Onset, empresa da área de tecnologia da informação, a redução do orçamento para bolsas foi de 20%. A empresa manteve o custeio a quem estava estudando, mas foi mais criteriosa em novas concessões.
"Também congelamos promoções para equilibrar as contas", afirma a gerente de recursos humanos Leila Knoll.
Por outro lado, algumas reforçaram treinamentos internos, com funcionários atuando como multiplicadores de conhecimento, aponta Danilo Castro, gerente da consultoria da Michael Page.
"Já era tendência, mas, com a crise e os orçamentos mais apertados, partiu-se para essa solução", argumenta.

Treinamento
A Embraer foi uma das que testaram a fórmula. No início do ano, ela reduziu em 4.000 o total de funcionários e cortou 20% dos custos. "Preparamos cerca de 800 pessoas para oferecerem treinamentos aos colegas", comenta a diretora de recursos humanos Eunice Rios, que considera os resultados positivos. "Quem está à frente das aulas sente-se reconhecido."
Outras empresas que demitiram mantiveram os benefícios de quem ficou. A Supervia (concessionária dos trens urbanos do Rio de Janeiro) dispensou 1,5% dos funcionários, mas continuou subsidiando parte dos MBAs dos executivos.
O Grupo Totalcom também demitiu, mas continuou pagando 50% dos cursos de inglês e espanhol para os funcionários com mais de um ano de casa.
"A contrapartida é que eles devem permanecer mais um ano aqui ou devolver o valor investido", explica Mila Guedes, responsável pela área de RH.
Na Sama Minerações, a saída para não cortar os subsídios -de 80% a 100% em MBAs e de 100% do curso de inglês- para executivos foi reduzir horas extras e reformar processos a fim de reduzir custos. (JV)

VOLTA AO INGLÊS
Luiz Villano, 28, diretor de operações e negócios da agência de publicidade Fischer+Fala!, não praticava inglês havia alguns anos. Mas, quando começou a atender a conta da holandesa Heineken na agência, achou que seria interessante voltar a estudar -dessa vez, porém, com foco em seu mercado. Contratou um professor particular e recebe da empresa um adiantamento de 50% do valor da mensalidade do curso. "Se eu sair daqui antes de um ano de casa, terei de reembolsá-los", pondera.


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