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SUBSÍDIO A CURSOS
Verba para estudos sofreu mais com cortes
Companhias reduzem custeio de cursos de pós-graduação e de idiomas de funcionários
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ao contrário de outros benefícios, as políticas de incentivo
à educação continuada -como
bolsas e subsídios a cursos- sofreram cortes neste ano.
Um estudo feito pela Towers
Perrin em março mostra que,
para lidar com a crise, 30% das
empresas cortaram verbas de
treinamento, incluindo gastos
com cursos de pós e idiomas.
Antes disso, elas reduziram
gastos com viagens (53%), contratações (49%), eventos de
confraternização (38%) e pagamento por mérito (38%).
Como as empresas não dependem de operadoras para alterar as regras desse benefício,
é mais fácil estabelecer cortes
em bolsas para especialização e
idiomas, comenta Maurício
Tasca, consultor da Hays.
Na Onset, empresa da área de
tecnologia da informação, a redução do orçamento para bolsas foi de 20%. A empresa manteve o custeio a quem estava estudando, mas foi mais criteriosa em novas concessões.
"Também congelamos promoções para equilibrar as contas", afirma a gerente de recursos humanos Leila Knoll.
Por outro lado, algumas reforçaram treinamentos internos, com funcionários atuando
como multiplicadores de conhecimento, aponta Danilo
Castro, gerente da consultoria
da Michael Page.
"Já era tendência, mas, com a
crise e os orçamentos mais
apertados, partiu-se para essa
solução", argumenta.
Treinamento
A Embraer foi uma das que
testaram a fórmula. No início
do ano, ela reduziu em 4.000 o
total de funcionários e cortou
20% dos custos. "Preparamos
cerca de 800 pessoas para oferecerem treinamentos aos colegas", comenta a diretora de
recursos humanos Eunice Rios,
que considera os resultados positivos. "Quem está à frente das
aulas sente-se reconhecido."
Outras empresas que demitiram mantiveram os benefícios
de quem ficou. A Supervia
(concessionária dos trens urbanos do Rio de Janeiro) dispensou 1,5% dos funcionários, mas
continuou subsidiando parte
dos MBAs dos executivos.
O Grupo Totalcom também
demitiu, mas continuou pagando 50% dos cursos de inglês e
espanhol para os funcionários
com mais de um ano de casa.
"A contrapartida é que eles
devem permanecer mais um
ano aqui ou devolver o valor investido", explica Mila Guedes,
responsável pela área de RH.
Na Sama Minerações, a saída
para não cortar os subsídios
-de 80% a 100% em MBAs e de
100% do curso de inglês- para
executivos foi reduzir horas extras e reformar processos a fim
de reduzir custos.
(JV)
VOLTA AO
INGLÊS
Luiz Villano, 28, diretor de
operações e negócios da
agência de publicidade
Fischer+Fala!, não praticava
inglês havia alguns anos.
Mas, quando começou a
atender a conta da
holandesa Heineken na
agência, achou que seria
interessante voltar a estudar
-dessa vez, porém, com
foco em seu mercado.
Contratou um professor
particular e recebe da
empresa um adiantamento
de 50% do valor da
mensalidade do curso. "Se eu
sair daqui antes de um ano
de casa, terei de reembolsá-los", pondera.
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