São Paulo, domingo, 08 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TRANSPORTE E ALIMENTAÇÃO

Símbolo de status, carro não é atingido por redução de custos

Oferta de bom veículo é mais importanteem níveis hierárquicos superiores

DA REPORTAGEM LOCAL

Automóvel é o benefício que representa a maior parte do pacote em cargos desde a gerência sênior até a presidência. Seu valor e sua prevalência aumentam conforme a proximidade com o topo da pirâmide.
Segundo pesquisa da Mercer, 88% dos presidentes, 85% dos diretores e 73% dos gerentes sêniores recebem o benefício.
Se no percentual de concessão a diferença não é significativa, ela se fará no valor do veículo. Enquanto para gerentes sêniores o valor médio do carro concedido é de R$ 71 mil, em cargos de presidência seu preço chega a R$ 344,5 mil.
A concessão de automóveis não foi atingida pela redução de custos nas empresas. Há duas razões para isso: o período para trocá-los é de, em média, três anos, então não houve tempo hábil para mudar essa política.
E, como o automóvel é parte importante de retenção e atração, "pode ser um "deal breaker" [motivador da quebra de contrato] para o executivo", aponta Carlos Siqueira, diretor da consultoria Hay Group.
"O carro é percebido como status. É o benefício que mais chama a atenção dos executivos", crava Marta Misina, 55, diretora de RH corporativo da farmacêutica EMS.
Algumas companhias dão um carro simples, só para transporte, ressalta Saulo Lerner, diretor de transição de carreira da Right Management.

Financiamento
Em cargos inferiores, algumas corporações pagam parte do financiamento do automóvel, em um modelo de doação como bônus ao salário, explica Christian Mattos, da consultoria Watson Wyatt. Outras também custeiam manutenção, documentação e combustível.
A Whirlpool cede carros de frota alugada para gerência-geral, diretoria e gerentes da área comercial. Para custear o combustível, oferece R$ 600. "O valor é predeterminado para todos os cargos", diz Alexandre Garcia, gerente-geral de RH.
É comum que, no momento da troca, o veículo seja oferecido ao executivo com desconto para sua aquisição, o que pode ser considerado um outro benefício do cargo. (CC)

DE CARONA NA EMPRESA
Flávia Herdeiro, 36, diretora de recursos humanos do grupo GR, tem um carro a seu dispor, com direito a combustível, manutenção e lavagem. Apesar de dar importância ao benefício, ela diz que ele é mais importante para atrair do que para manter executivos. "Para retenção, acho que pesa mais ter perspectiva de crescer."


Texto Anterior: Subsídio a cursos: Verba para estudos sofreu mais com cortes
Próximo Texto: Verba para refeições não foi alterada
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.