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CARREIRA
Servidor volta a estudar para subir
Órgãos públicos criam cursos e planos para incentivar a especialização profissional
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Como no setor privado, voltar
aos estudos conta pontos
para ascender na carreira públicaemalguns
órgãos.
"A educação continuada não
era valorizada na administração
públicadireta,masisso está
mudando", afirma Lindolfo
Galvão de Albuquerque, professor
titular de gestão de pessoas
da FEA-USP (Faculdade
de Economia, Administração e
ContabilidadedaUSP).
Ele conta que é cada vez mais
comum órgãos públicos procurarem
cursos para atender a
necessidades específicas. "Os
programas geralmente são
atrelados ao desenvolvimento
demudanças internas."
No MPE (Ministério Público
Estadual) de São Paulo, por
exemplo, funcionários ganham
pontos por merecimento se
participam de atividades do
centro de estudos e aperfeiçoamento
funcional da escola superiorda
instituição.
"A unidade serve como um
grande centro de debates de
questões internas", explica o
diretor da escola,Mario deMagalhãesPapaterraLimongi.
Mesmo assim, ele afirma que
o processo de ascensão é lento,
pois os profissionais começam
a carreiramuito jovens.
"Os promotores de entrância
final [última instância no cargo
de promotoria] têm perspectiva
de levar 15 anos para chegar
à procuradoria”, diz. "Para haver
mobilidade é preciso abrir
vagas ehaver escalonamento."
No Banco Central, os profissionais
são liberados para programas
de estudo, conta Delor
Moreira dos Santos, chefe-adjunto
do Depes (Departamento
de Gestão de Pessoas e Organização).
“Além de o banco pagar
até 80% de programas de mestrado
e doutorado, quem estuda
ganha pontos para gratificaçãode
qualificação”, diz.
Há dois anos no BC, o economista
João Barata Ribeiro
Blanco Barroso, 31, está terminando
o doutorado. "Aqui, estudar
é bemvalorizado.Agratificação
pode chegar a 30% do
salário-base", conta.
Mobilidade
O engenheiro Mario Jorge
Fernandes de Oliveira, 52, trabalha
há 33 anos na Infraero e
não acha seu cotidiano monótono.
"Diferentemente do que
as pessoas pensam,minha vida
profissional temsido repleta de
desafios emudanças", diz.
Para motivar os funcionários,
a empresa desenvolveu
um plano de ascensão profissional
que permitemobilização
horizontal e vertical, em uma
grade de níveis mais complexa
do que a usual no serviço público,
segundo a superintendente
de Recursos Humanos da Infraero,
ReginaAzevedo.
Segundo Jorge Pinho, que
presta consultoria na elaboração
desses projetos, essa complexidade
é buscada cada vez
mais por órgãos de administração
indireta do funcionalismo
público. "A solução encontrada
em alguns casos é escalonar
profissionais que correspondem
a subsistemas que exigem
gradualmente conhecimento
sobre otrabalho", explica. (MB)
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