São Paulo, domingo, 09 de março de 2008

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CARREIRA

Servidor volta a estudar para subir

Órgãos públicos criam cursos e planos para incentivar a especialização profissional

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Como no setor privado, voltar aos estudos conta pontos para ascender na carreira públicaemalguns órgãos.
"A educação continuada não era valorizada na administração públicadireta,masisso está mudando", afirma Lindolfo Galvão de Albuquerque, professor titular de gestão de pessoas da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e ContabilidadedaUSP).
Ele conta que é cada vez mais comum órgãos públicos procurarem cursos para atender a necessidades específicas. "Os programas geralmente são atrelados ao desenvolvimento demudanças internas."
No MPE (Ministério Público Estadual) de São Paulo, por exemplo, funcionários ganham pontos por merecimento se participam de atividades do centro de estudos e aperfeiçoamento funcional da escola superiorda instituição.
"A unidade serve como um grande centro de debates de questões internas", explica o diretor da escola,Mario deMagalhãesPapaterraLimongi. Mesmo assim, ele afirma que o processo de ascensão é lento, pois os profissionais começam a carreiramuito jovens.
"Os promotores de entrância final [última instância no cargo de promotoria] têm perspectiva de levar 15 anos para chegar à procuradoria”, diz. "Para haver mobilidade é preciso abrir vagas ehaver escalonamento."
No Banco Central, os profissionais são liberados para programas de estudo, conta Delor Moreira dos Santos, chefe-adjunto do Depes (Departamento de Gestão de Pessoas e Organização).
“Além de o banco pagar até 80% de programas de mestrado e doutorado, quem estuda ganha pontos para gratificaçãode qualificação”, diz.
Há dois anos no BC, o economista João Barata Ribeiro Blanco Barroso, 31, está terminando o doutorado. "Aqui, estudar é bemvalorizado.Agratificação pode chegar a 30% do salário-base", conta.

Mobilidade
O engenheiro Mario Jorge Fernandes de Oliveira, 52, trabalha há 33 anos na Infraero e não acha seu cotidiano monótono. "Diferentemente do que as pessoas pensam,minha vida profissional temsido repleta de desafios emudanças", diz.
Para motivar os funcionários, a empresa desenvolveu um plano de ascensão profissional que permitemobilização horizontal e vertical, em uma grade de níveis mais complexa do que a usual no serviço público, segundo a superintendente de Recursos Humanos da Infraero, ReginaAzevedo.
Segundo Jorge Pinho, que presta consultoria na elaboração desses projetos, essa complexidade é buscada cada vez mais por órgãos de administração indireta do funcionalismo público. "A solução encontrada em alguns casos é escalonar profissionais que correspondem a subsistemas que exigem gradualmente conhecimento sobre otrabalho", explica. (MB)


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