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'A FAVELA AQUI NÃO TEM CRIME'
Sair da favela não faz parte dos planos de
futuro de Adalberto Alves dos Santos, 17 (na
foto à direita). Ele é um dos alunos mais antigos das oficinas de iniciação ao trabalho na
favela Monte Azul.
O rapaz, que tem mais seis irmãos, conta
que vendia morangos na feira, mas que agora seu negócio é a marcenaria. "Eu adoro. Via
meus colegas e pensei: posso aprender também."
O curso é de meio período e atualmente os
jovens não são remunerados. A maioria estuda ou trabalha no outro período, mas Adalberto diz que foi expulso da escola. Quando
acaba a manhã, ele almoça de graça na associação e volta à oficina. "Fico os dois períodos. Comecei com uma tábua de carne e agora já sei fazer um monte de coisas: cômoda,
criado-mudo com gaveta, prateleiras."
Adalberto diz que pretende seguir a carreira: "Eu pretendo trabalhar com marcenaria.
Mas daqui eu não saio. A favela aqui não tem
crime. De madrugada, parece que você mora
num prédio".
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