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'BRIGAMOS SEM SABER O MOTIVO'
Se V.M.,17, vendesse um pacote inteiro de
crack, ganharia R$ 20, R$ 30 em seus cálculos.
Pego pela polícia tentando fazer a venda, ele
cumpre liberdade assistida no projeto Enxame segundo determinação do Juizado da Infância.
V.M. está há dois meses frequentando as
oficinas do projeto. "O que eu mais gosto é o
grafite. Eu já tinha ouvido falar do projeto,
mas nunca vinha saber o que era." Ele desenhava em casa e tinha vontade de aprender a
pintar os muros como os que via. "Vou ficar
aqui até ficar "de maior" ", diz, olhando para a
namorada, que sempre o acompanha nas atividades do projeto.
Além do tráfico, V.M. foi envolvido com
gangues juvenis. "A gente briga por causa
dos outros. Entra na briga e não sabe nem o
motivo direito", afirma. "Quem leva só pensa
em bater."
No Enxame quatro vezes por semana e procurando um colégio para terminar o ensino
fundamental (ele foi expulso por causa de brigas), a idéia de V.M. é aproveitar o tempo no
projeto. "Antes meu negócio era inventar o
que fazer."
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