São Paulo, terça-feira, 09 de julho de 2002

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'BRIGAMOS SEM SABER O MOTIVO'

Se V.M.,17, vendesse um pacote inteiro de crack, ganharia R$ 20, R$ 30 em seus cálculos. Pego pela polícia tentando fazer a venda, ele cumpre liberdade assistida no projeto Enxame segundo determinação do Juizado da Infância.
V.M. está há dois meses frequentando as oficinas do projeto. "O que eu mais gosto é o grafite. Eu já tinha ouvido falar do projeto, mas nunca vinha saber o que era." Ele desenhava em casa e tinha vontade de aprender a pintar os muros como os que via. "Vou ficar aqui até ficar "de maior" ", diz, olhando para a namorada, que sempre o acompanha nas atividades do projeto.
Além do tráfico, V.M. foi envolvido com gangues juvenis. "A gente briga por causa dos outros. Entra na briga e não sabe nem o motivo direito", afirma. "Quem leva só pensa em bater."
No Enxame quatro vezes por semana e procurando um colégio para terminar o ensino fundamental (ele foi expulso por causa de brigas), a idéia de V.M. é aproveitar o tempo no projeto. "Antes meu negócio era inventar o que fazer."



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