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PESO
Obesidade supera a desnutrição
especial para a Folha
O problema da desnutrição está
cedendo lugar à questão da obesidade na maioria dos países, incluindo aí muitas nações pobres.
Mesmo em um país como o Brasil, que ainda enfrenta graves problemas de desnutrição, essa transição nutricional vem ocorrendo de
forma acelerada: entre 1974 e 1989,
a proporção de adultos obesos
passou de 5,7% para 9,6%, enquanto a de adultos desnutridos
caiu de 8,6% para 4,2%.
Esse fenômeno está ligado à elevação na oferta de alimentos nos
últimos 40 anos. Os números impressionam: de 2.300 calorias diárias em 1963, a humanidade passou a 2.720 em 1992, e estima-se
que em 2010 elas serão 2.900. Isso
significa que a energia que um homem recebe por dia aumentou
18% até 1992, e deve crescer mais.
Esse aumento foi acompanhado
por uma redução na atividade física da população em geral: as ocupações manuais na agricultura e
indústria, que exigiam elevado
gasto energético, foram substituídas por ocupações em serviços. A
dieta também mudou, com aumento da proporção de gorduras.
Além disso, a distribuição dos
nutrientes é muito imperfeita. Enquanto uma parcela da população
sofre com a desnutrição, outra tem
acesso a alimentos em quantidade
excessiva. Só 1,8 bilhão das 6 bilhões de pessoas no mundo recebe
hoje mais de 2.700 calorias diárias.
Mas bastou esse desequilíbrio na
distribuição de calorias para provocar uma epidemia de obesidade.
Esta se tornou um problema de
saúde pública, pois é um fator de
risco para várias doenças, como a
hipertensão, infartos e derrames.
Nos EUA, que possuem a maior
economia do mundo, mais de 50%
da população é vítima de excesso
de peso, e cerca de 30% é classificada como obesa. Estima-se que isso
custe US$ 100 bilhões em despesas
com remédios e internações.
(RBN)
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