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COMÉRCIO
Líder em dispensas, área é a que mais pretende contratar
Aumento de vendas estimula admissão em lojas, mas nem sempre em níveis hierárquicos superiores
RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Entre os três setores pesquisados pelo Datafolha, o comércio foi o que mais somou empresas que afirmaram demitido
funcionários com nível superior -62%, contra 57% em serviços e 48% na indústria.
Por outro lado, esse também
foi o ramo que mais afirmou
(78%) pretender contratar profissionais desse nível.
Segundo o Caged (Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério
do Trabalho e Emprego, de novembro de 2008 a março de
2009, as dispensas cresceram
17,6%, contra 24% na indústria
e 16,6% em serviços.
Nesse período, o setor mais
contratou do que demitiu profissionais de nível superior: o
saldo positivo foi de 1.827.
"O comércio não foi o segmento mais atingido", afirma
Patricia Fadini, gerente da consultoria Ricardo Xavier.
Ela comenta que os reflexos
da crise começaram a se dissipar em março, e que as demissões se concentraram em profissionais de recursos humanos
e das áreas não ligadas ao negócio principal das companhias
-como suporte, por exemplo.
Segundo Roque Pellizzaro
Júnior, presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes
Lojistas, funcionários de nível
superior são minoria no segmento. "Há pouca gente na
área administrativa", diz.
"Lojas e supermercados não
têm por prática buscar executivos de alto nível. Contratar
mais vendedores do que diretores é a prática", atesta Matilde Berna, diretora de transição
de carreira e avaliações da consultoria Right Management.
Aos poucos, ensaia-se recuperação. Em março, um levantamento da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado
de São Paulo) apontou elevação de 5,9% na taxa de empregos do setor em todos os níveis
de escolaridade, se comparada
com o mesmo mês de 2008.
Farmácia e supermercado
O crescimento das vendas no
segmento de farmácias e perfumarias e no de supermercados
foi o que mais contribuiu para o
resultado, diz Guilherme Dietze, economista da federação.
"O Dia das Mães ajudou; houve
crescimento de 1,9% com relação ao ano passado."
Quanto aos supermercados,
a ajuda veio do próprio produto. "As pessoas não deixam de
consumir alimentos", conta.
Um título de MBA não fazia
parte do currículo de 75% dos
demitidos no comércio, mas isso não parece ter sido o motivo
das demissões. "Na área do comércio, a capacidade de trazer
resultados é mais valorizada do
que um MBA", opina Berna.
"As demissões que aconteceram agora [neste ano] não tiveram nada a ver com MBA", reforça Marcelo Ferrari, diretor
de desenvolvimento de negócios da consultoria Mercer.
"Atingiram todos os níveis."
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