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COMÉRCIO
Varejo vai bem; venda de carros desacelera
Redes de supermercados abrem lojas e pretendem recrutar pessoal
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O comércio varejista minimiza os efeitos da crise e faz planos de expansão -alguns grupos até abriram lojas no primeiro trimestre do ano.
Um deles foi o Pão de Açúcar,
que, depois de gastar R$ 29,2
milhões para abrir e construir
lojas no início do ano, anunciou, no começo da semana
passada, a compra da rede Ponto Frio (Globex Utilidades S/A
e suas controladas).
Com isso, assumiu a liderança do varejo, com R$ 25,7
bilhões de faturamento, mais
de 1.200 lojas e 79 mil funcionários. O valor da transação foi
de R$ 824,5 milhões.
"Fizemos, no primeiro quadrimestre deste ano, 8.500 contratações, cerca de 400 para
novos postos", afirma Roberta
Rivaldo, gerente de atratividade e seleção do grupo.
Segundo ela, a previsão é que
o número atinja 20 mil até o final do ano, dos quais 400 deverão ser para cargos de chefia.
O destaque, diz, será para o
cargo de gerente de loja. "Esse
profissional é mais difícil de encontrar, porque exigimos experiência nesse tipo de operação.
Com a crise, a possibilidade de
escolha melhorou, provavelmente porque os outros segmentos estão demitindo ou
cortando benefícios", revela.
O Wal-Mart também seguiu
em frente com os investimentos. Anunciou, em 2008, o empenho de R$ 1,6 bilhão em um
plano de abertura de 90 lojas e
criação de 10 mil postos de trabalho. O projeto foi mantido
para a expansão em 2009, sem
mudanças de rota.
Mais vendas
Dados da Apas (Associação
Paulista de Supermercados)
mostram que, no primeiro quadrimestre do ano, as vendas
cresceram 10% em relação ao
ano passado. "Não foi um crescimento forte, mas bom", comenta João Sanzovo, presidente da entidade.
Já o setor de comércio automotivo foi um dos que mais sofreram desaceleração no nível
de emprego, de acordo com os
dados da Fecomercio.
O crescimento do emprego
foi de 13% em setembro de
2008 para 2% em março de
2009, que teve 525 novos postos a menos que em setembro.
"O setor recuperou o fôlego
com a redução do IPI [Imposto
sobre Produtos Industrializados]", opina Guilherme Dietze,
economista da Fecomercio.
Para a Fenabrave (Federação
Nacional da Distribuição de
Veículos Automotores), a crise
foi estancada em dezembro de
2008. "Houve fechamento apenas de lojas de veículos usados", comenta Sergio Reze, presidente da federação.
O segmento da construção
civil também passou por dificuldades. O índice de homologação de demissões em outubro, novembro e dezembro de
2008 foi de 120 por dia, segundo Antonio Ramalho, presidente do Sintracon-SP (Sindicato
dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo).
Esse número vale para cargos em todos os níveis de escolaridade. "Mas o setor já se reanimou", avalia Ramalho. Neste
mês, o índice baixou para 70
homologações por dia.
(RGV)
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