São Paulo, domingo, 14 de junho de 2009

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BENEFÍCIOS

Companhias repensam bônus, plano de saúde e previdência

Redução de gastos e de reembolsos é uma das medidas estudadas; despesa com automóvel entra na mira

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A ideia de reduzir os bônus oferecidos a executivos se popularizou nos Estados Unidos. Mas, por aqui, as empresas ainda hesitam sobre se devem cortar esse e outros benefícios.
Das que declararam ao Datafolha pagar a bonificação, 35% afirmaram que o valor oferecido será igual ao de 2008, e 25% não sabiam quanto pagariam -24% disseram que a cifra será menor, e 15%, maior. Entre as multinacionais, 70% pretendem pagar um valor igual ou menor do que o do ano passado.
Como há várias modalidades de bônus, as políticas variam. Uma delas é reduzir o número de funcionários que receberão esse extra, saída escolhida por 5% das empresas ouvidas pela consultoria Towers Perrin.
Essas medidas, dizem especialistas, devem ser temporárias, e a situação pode voltar ao normal com o fim dos reflexos da crise econômica.
Já uma pesquisa da consultoria Mercer, feita em março com 171 empresas, mostrou que 30% delas modificaram ou pretendem modificar o pacote de benefícios dado a executivos.
Alguns planos são redesenhar o programa de saúde -aumentando ou implantando a participação de funcionários no pagamento- e reduzir despesas com automóveis, o que inclui extensão do período de troca e redução no reembolso de despesas com combustível.
"Quase ninguém descontinua benefício porque haveria impacto legal, mas programas de assistência médica serão redesenhados", avalia Marcelo Ferrari, diretor de desenvolvimento de negócios da Mercer.
"É possível renegociar valores com operadoras, aumentar a participação do funcionário nos custos e dar reembolsos menores", avalia. Os bônus, diz, "com certeza ficarão menores".

Previdência
Programas de previdência também são repensados. "Muitos planos foram concebidos com um "gatilho" que dispara quando a empresa passa por dificuldades", conta Felinto Sernache, gerente de previdência privada da Towers Perrin. "Com esse mecanismo, a empresa pode diminuir seu percentual de contribuição."
Ele diz ter observado redução de cerca de 50% na contribuição da empresa. Os setores de construção civil e de metalurgia foram os mais atingidos.
Algumas reduziram gastos "marginais" para evitar demissões e cortes de benefícios. A PricewaterhouseCoppers cancelou a festa de fim de ano. "Era muito cara. Também ficamos mais seletivos com patrocínios de eventos", conta Ronaldo Nogueira, 38, diretor de "advisoring" da consultoria. (RGV)


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