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BENEFÍCIOS
Companhias repensam bônus, plano de saúde e previdência
Redução de gastos e de reembolsos é uma das medidas estudadas; despesa com automóvel entra na mira
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A ideia de reduzir os bônus
oferecidos a executivos se popularizou nos Estados Unidos.
Mas, por aqui, as empresas ainda hesitam sobre se devem cortar esse e outros benefícios.
Das que declararam ao Datafolha pagar a bonificação, 35%
afirmaram que o valor oferecido será igual ao de 2008, e 25%
não sabiam quanto pagariam
-24% disseram que a cifra será
menor, e 15%, maior. Entre as
multinacionais, 70% pretendem pagar um valor igual ou
menor do que o do ano passado.
Como há várias modalidades
de bônus, as políticas variam.
Uma delas é reduzir o número
de funcionários que receberão
esse extra, saída escolhida por
5% das empresas ouvidas pela
consultoria Towers Perrin.
Essas medidas, dizem especialistas, devem ser temporárias, e a situação pode voltar ao
normal com o fim dos reflexos
da crise econômica.
Já uma pesquisa da consultoria Mercer, feita em março com
171 empresas, mostrou que
30% delas modificaram ou pretendem modificar o pacote de
benefícios dado a executivos.
Alguns planos são redesenhar o programa de saúde -aumentando ou implantando a
participação de funcionários
no pagamento- e reduzir despesas com automóveis, o que
inclui extensão do período de
troca e redução no reembolso
de despesas com combustível.
"Quase ninguém descontinua benefício porque haveria
impacto legal, mas programas
de assistência médica serão redesenhados", avalia Marcelo
Ferrari, diretor de desenvolvimento de negócios da Mercer.
"É possível renegociar valores com operadoras, aumentar
a participação do funcionário
nos custos e dar reembolsos
menores", avalia. Os bônus, diz,
"com certeza ficarão menores".
Previdência
Programas de previdência
também são repensados. "Muitos planos foram concebidos
com um "gatilho" que dispara
quando a empresa passa por dificuldades", conta Felinto Sernache, gerente de previdência
privada da Towers Perrin.
"Com esse mecanismo, a empresa pode diminuir seu percentual de contribuição."
Ele diz ter observado redução de cerca de 50% na contribuição da empresa. Os setores
de construção civil e de metalurgia foram os mais atingidos.
Algumas reduziram gastos
"marginais" para evitar demissões e cortes de benefícios. A
PricewaterhouseCoppers cancelou a festa de fim de ano. "Era
muito cara. Também ficamos
mais seletivos com patrocínios
de eventos", conta Ronaldo Nogueira, 38, diretor de "advisoring" da consultoria.
(RGV)
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