São Paulo, domingo, 14 de junho de 2009

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TREINAMENTO

Empresas cortam investimento em cursos e congressos

Profissionais já começam a bancar suas despesas com aperfeiçoamento; verba para formar líder é mantida

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Consultores são unânimes: a crise fez empresas reduzirem o investimento em capacitação, incluindo a de executivos.
"[Subsídio para] MBA, neste ano, esquece", afirma Felinto Sernache, gerente de previdência privada da consultoria Towers Perrin. Para ele, foi exatamente o treinamento nas firmas que sofreu o maior corte.
O motivo para isso é que as companhias têm mais controle sobre essa área, diferentemente do que ocorre na de benefícios, por exemplo, em que muitos itens são garantidos por lei.
Para a sócia-diretora da consultoria Mariaca, Fernanda Campos, quem mais tem apostado em treinamento são os executivos. "Estão investindo por conta própria para continuar melhorando porque sabem que o mercado está muito mais competitivo", afirma.
Alguns defendem que o corte foi localizado. "Foi realizado em treinamentos pontuais, como congressos, simpósios e eventos", diz Fausto Alvarez, sócio-diretor da consultoria Kienbaum. Projetos de médio e longo prazos de formação de líderes foram preservados, diz.

Mais investimento
Na Telefônica, o Programa de Desenvolvimento da Liderança não apenas permaneceu na lista de prioridades como também recebeu mais verbas.
Em 2008, a empresa destinou R$ 4 milhões para treinamento de seus 500 líderes. Neste ano, foram R$ 5 milhões.
"As pessoas já estão percebendo os resultados do programa. Identificamos isso pela pesquisa de clima, em que o índice de satisfação chegou a 98%", avalia Françoise Trapenard, diretora-executiva de recursos humanos da Telefônica.
"Qualquer ação é valorização [do funcionário] e resulta em mais produção", sinaliza Osvaldo Pires, diretor de recursos humanos da empresa de tecnologia da informação Indra.
Um fator tem impedido que a redução da verba destinada a treinamento seja ainda maior. "As empresas estão se preparando para o pós-crise", destaca Carlos Cavalcante, superintendente nacional do IEL (Instituto Euvaldo Lodi).
Em parceria com escolas renomadas, como a Wharton School, nos Estados Unidos, e o Insead, na França, a instituição promove cursos de educação executiva. Entre os temas abordados estão inovação, estratégias de negociação, planejamento e marketing.
Mesmo com preço de US$ 8.350 (equivalente a R$ 16,7 mil) por cinco dias de curso, Cavalcante diz que foi necessário abrir uma nova turma, além das duas planejadas em 2009. "Tenho de controlar a demanda." (NCC, RB E RGV)


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