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TREINAMENTO
Empresas cortam investimento em cursos e congressos
Profissionais já começam a bancar suas despesas com aperfeiçoamento; verba para formar líder é mantida
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Consultores são unânimes: a
crise fez empresas reduzirem o
investimento em capacitação,
incluindo a de executivos.
"[Subsídio para] MBA, neste
ano, esquece", afirma Felinto
Sernache, gerente de previdência privada da consultoria Towers Perrin. Para ele, foi exatamente o treinamento nas firmas que sofreu o maior corte.
O motivo para isso é que as
companhias têm mais controle
sobre essa área, diferentemente do que ocorre na de benefícios, por exemplo, em que muitos itens são garantidos por lei.
Para a sócia-diretora da consultoria Mariaca, Fernanda
Campos, quem mais tem apostado em treinamento são os
executivos. "Estão investindo
por conta própria para continuar melhorando porque sabem que o mercado está muito
mais competitivo", afirma.
Alguns defendem que o corte
foi localizado. "Foi realizado
em treinamentos pontuais, como congressos, simpósios e
eventos", diz Fausto Alvarez,
sócio-diretor da consultoria
Kienbaum. Projetos de médio e
longo prazos de formação de líderes foram preservados, diz.
Mais investimento
Na Telefônica, o Programa
de Desenvolvimento da Liderança não apenas permaneceu
na lista de prioridades como
também recebeu mais verbas.
Em 2008, a empresa destinou R$ 4 milhões para treinamento de seus 500 líderes. Neste ano, foram R$ 5 milhões.
"As pessoas já estão percebendo os resultados do programa. Identificamos isso pela
pesquisa de clima, em que o índice de satisfação chegou a
98%", avalia Françoise Trapenard, diretora-executiva de recursos humanos da Telefônica.
"Qualquer ação é valorização
[do funcionário] e resulta em
mais produção", sinaliza Osvaldo Pires, diretor de recursos
humanos da empresa de tecnologia da informação Indra.
Um fator tem impedido que a
redução da verba destinada a
treinamento seja ainda maior.
"As empresas estão se preparando para o pós-crise", destaca Carlos Cavalcante, superintendente nacional do IEL (Instituto Euvaldo Lodi).
Em parceria com escolas renomadas, como a Wharton
School, nos Estados Unidos, e o
Insead, na França, a instituição
promove cursos de educação
executiva. Entre os temas abordados estão inovação, estratégias de negociação, planejamento e marketing.
Mesmo com preço de
US$ 8.350 (equivalente a
R$ 16,7 mil) por cinco dias de
curso, Cavalcante diz que foi
necessário abrir uma nova turma, além das duas planejadas
em 2009. "Tenho de controlar
a demanda."
(NCC, RB E RGV)
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