São Paulo, domingo, 14 de junho de 2009

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MULTINACIONAIS

Subsidiárias não sentem pressão para cortar funcionários

Em situação financeira melhor do que a das matrizes, filiais brasileiras conseguem manter investimentos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Apesar das turbulências na economia ao redor do mundo, 57% das multinacionais entrevistadas pelo Datafolha afirmaram que não sofreram pressão das matrizes no exterior para demitir funcionários que atuam em suas filiais por aqui.
Para especialistas consultados pela Folha, isso ocorre porque, não raro, a situação das subsidiárias nacionais está melhor do que a das matrizes.
Em alguns casos, a firma que está no Brasil ganhou importância frente à empresa-mãe, pois está colaborando financeiramente como nunca.
"Em alguns setores, as empresas daqui contribuíram expatriando mais recursos do que estavam acostumadas a remeter à matriz", explica Fernando Mantovani, diretor da consultoria Robert Half.
"Nossa resposta é não mudar nada, pois no Brasil a crise não está sendo sentida como no resto do mundo. Estamos seguindo nosso plano de desenvolvimento, pois o cenário não mudou", afirma Marcelo Williams, vice-presidente de recursos humanos da Unilever.
Nesses casos, especialmente em segmentos em que a situação no exterior não é tão grave, fica mais fácil negociar com a matriz a manutenção dos quadros das subsidiárias no Brasil, ou até mesmo ampliar a quantidade de funcionários.

Menina dos olhos
Esse foi o caso da Galderma, indústria farmacêutica da área de dermatologia. O Brasil é o segundo maior mercado da empresa, perdendo apenas para os Estados Unidos.
"Mas, com a situação complicada lá fora, viramos a "menina dos olhos'", conta Roberta Splendore, diretora de recursos humanos da Galderma.
Segundo ela, para assegurar que o crescimento projetado pela subsidiária seja atingido no prazo estipulado -três anos-, a matriz deu sinal verde para os investimentos.

Autonomia
Nesse cenário, Nilton Banda, consultor da DBM, pontua que as empresas no Brasil são independentes em relação a suas matrizes no exterior.
Assim, pondera Fernando Mantovani, da Robert Half, as subsidiárias ainda precisam prestar contas a quem controla as multinacionais. Em meio a um cenário muito mais complicado lá fora, pode ficar difícil justificar aumento de vagas ou novas contratações.
Segundo ele, existe uma pressão externa por redução de custos e mais participação das matrizes em processos de contratação, embora elas não estejam influenciando tanto no número de demissões. (NCC)


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