|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MULTINACIONAIS
Subsidiárias não sentem pressão para cortar funcionários
Em situação financeira melhor do que a das matrizes, filiais brasileiras conseguem manter investimentos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Apesar das turbulências na
economia ao redor do mundo,
57% das multinacionais entrevistadas pelo Datafolha afirmaram que não sofreram pressão
das matrizes no exterior para
demitir funcionários que
atuam em suas filiais por aqui.
Para especialistas consultados pela Folha, isso ocorre porque, não raro, a situação das
subsidiárias nacionais está melhor do que a das matrizes.
Em alguns casos, a firma que
está no Brasil ganhou importância frente à empresa-mãe,
pois está colaborando financeiramente como nunca.
"Em alguns setores, as empresas daqui contribuíram expatriando mais recursos do que
estavam acostumadas a remeter à matriz", explica Fernando
Mantovani, diretor da consultoria Robert Half.
"Nossa resposta é não mudar
nada, pois no Brasil a crise não
está sendo sentida como no
resto do mundo. Estamos seguindo nosso plano de desenvolvimento, pois o cenário não
mudou", afirma Marcelo Williams, vice-presidente de recursos humanos da Unilever.
Nesses casos, especialmente
em segmentos em que a situação no exterior não é tão grave,
fica mais fácil negociar com a
matriz a manutenção dos quadros das subsidiárias no Brasil,
ou até mesmo ampliar a quantidade de funcionários.
Menina dos olhos
Esse foi o caso da Galderma,
indústria farmacêutica da área
de dermatologia. O Brasil é o
segundo maior mercado da empresa, perdendo apenas para os
Estados Unidos.
"Mas, com a situação complicada lá fora, viramos a "menina
dos olhos'", conta Roberta
Splendore, diretora de recursos
humanos da Galderma.
Segundo ela, para assegurar
que o crescimento projetado
pela subsidiária seja atingido
no prazo estipulado -três
anos-, a matriz deu sinal verde
para os investimentos.
Autonomia
Nesse cenário, Nilton Banda,
consultor da DBM, pontua que
as empresas no Brasil são independentes em relação a suas
matrizes no exterior.
Assim, pondera Fernando
Mantovani, da Robert Half, as
subsidiárias ainda precisam
prestar contas a quem controla
as multinacionais. Em meio a
um cenário muito mais complicado lá fora, pode ficar difícil
justificar aumento de vagas ou
novas contratações.
Segundo ele, existe uma
pressão externa por redução de
custos e mais participação das
matrizes em processos de contratação, embora elas não estejam influenciando tanto no número de demissões.
(NCC)
Texto Anterior: Treinamento: Empresas cortam investimento em cursos e congressos Próximo Texto: Trainees: Cautela marca seleção e elaboração de programas Índice
|