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ONCOLOGIA
Atender também as urgências emocionais
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O que deixa o oncologista
Artur Katz, 50, mais feliz é ver
um exame melhorar. "A última paciente que vi, uma mulher na faixa dos 40 anos, com
um filho de cinco, tem um
câncer de mama muito sério e
que, apesar dos os tratamentos, vinha piorando. O exame
de setembro estava ruim, o de
novembro melhorou e o que
ela trouxe hoje está muito
melhor", comemora em seu
consultório no Sírio-Libanês.
Katz conta que a escolha
pela medicina não teve motivos muito claros. "O que mais
pesou foi ter escutado a vida
inteira meu pai, que era comerciante, dizer que gostaria
de ter feito medicina."
Logo no início da faculdade,
quis se especializar em cirurgia. A parte cirúrgica pareceu,
para Katz, menos atraente do
que a clínica, e ele mudou.
Convidado por um colega
radioterapeuta a acompanhar
clinicamente os pacientes, começou a se encantar com a
oncologia. "Eu já gostava de
clínica, e a oncologia envolve
muito o tratamento geral do
paciente, permite um contato
humano especial e profundo."
Apesar de adorar o que faz,
ressente-se da falta de tempo
para a família. "Minha filha de
seis anos já disse que não vai
ser médica porque vai querer
estar em casa na hora em que
seus filhos forem dormir", diz.
Se o pai pode ser muitas vezes ausente, o médico nunca
é. Katz considera dever do
médico ser acessível. "Quando você tem uma doença, precisa de alguém presente."
O médico procura cumprir
o que prega. Depois das consultas, responde telefonemas
de pacientes. "Mesmo quando
não há urgência médica, existe a urgência emocional. É
preciso explicar por que vale a
pena perder o cabelo? É preciso, não é uma preocupação fútil, e o paciente informado
participa do tratamento de
forma ativa. É paciente, mas
não é passivo."
(IB)
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