São Paulo, terça-feira, 17 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAN - Rio 2007

Cidade do México - 1955

Aviões da FAB levam delegação brasileira para enfrentar a atitude do México, onde Adhemar Ferreira da Silva conquista a medalha de ouro e quebra o recorde mundial do salto triplo

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma operação de guerra foi montada para o Comitê Olímpico Brasileiro enviar a delegação ao 2º Pan-Americano, na Cidade do México, em 1955.
Sem recursos, o COB pediu ajuda ao governo, que realizou a viagem em desconfortáveis aviões da FAB, que fizeram a operação em cinco dias.
Com a chegada ao México às vésperas do início da competição, o desempenho foi pífio, o pior do país em Pans: dois ouros, três pratas e 13 bronzes.
A preocupação nos dias iniciais foi com a anoxia, termo usado para definir problemas decorrentes do ar rarefeito em altitudes como a da capital mexicana (2.250 m), que geravam baixa oxigenação no sangue.
Vários atletas passaram mal, como Edgard Freire, que não concluiu os 10.000 m. "O ideal seria que a delegação chegasse de 20 a 30 dias antes do início das provas", lamentou à época Guilherme Gomes, médico brasileiro presente no Pan.
O país vivia da façanha de heróis. O maior deles foi Adhemar Ferreira da Silva. No salto triplo, ele ganhou o ouro e ainda saltou 16,56 m, superando em 33 centímetros o recorde mundial de Leonid Cherbakov.
O feito foi inesperado até para o atleta, preocupado só em passar o venezuelano Arnaldo Devonish, que cravara 16,13 m. "Saltei com raiva. Ele vivia dizendo que ganharia de mim", afirmou ele, após a disputa.
Outro recorde mundial foi obtido pelo norte-americano Parry O'Brien no arremesso de peso: 17,59 m. Ele havia revolucionado sua prova em 1951, quando desenvolveu a técnica de iniciar o movimento de costas para o local de arremesso.
Em Olimpíadas, O'Brien somou dois ouros (1952 e 1956) e uma prata (1960). Foi o primeiro atleta a triunfar em mais de cem competições seguidas.
Se ajudou recordes na pista e no campo, a altitude claramente prejudicou os competidores da maratona. Doroteo Flores conquistou o primeiro ouro pan-americano da Guatemala com a ridícula marca de 2h59min09s, a pior de um vencedor na história dos Jogos.
O pugilista Luiz Inácio trouxe o outro título pan-americano para o Brasil. Na final, o meio-pesado venceu o argentino Abel Escalante por pontos.
A América do Norte conquistou domínio na natação, com 15 títulos em 16 provas. Destaque para Wanda Werner (EUA), ouro nos 200 m e no 4 x 100 m livre e no 4 x 100 m medley e prata nos 100 m livre.


Texto Anterior: Buenos Aires - 1951
Próximo Texto: Geração de resultados
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.