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PAN - Rio 2007
Cidade do México - 1955
Aviões da FAB levam delegação brasileira para enfrentar a atitude do México, onde Adhemar Ferreira da Silva conquista a medalha de ouro e quebra o recorde mundial do salto triplo
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma operação de
guerra foi montada
para o Comitê
Olímpico Brasileiro enviar a delegação ao 2º Pan-Americano, na
Cidade do México, em 1955.
Sem recursos, o COB pediu
ajuda ao governo, que realizou
a viagem em desconfortáveis
aviões da FAB, que fizeram a
operação em cinco dias.
Com a chegada ao México às
vésperas do início da competição, o desempenho foi pífio, o
pior do país em Pans: dois ouros, três pratas e 13 bronzes.
A preocupação nos dias iniciais foi com a anoxia, termo
usado para definir problemas
decorrentes do ar rarefeito em
altitudes como a da capital mexicana (2.250 m), que geravam
baixa oxigenação no sangue.
Vários atletas passaram mal,
como Edgard Freire, que não
concluiu os 10.000 m. "O ideal
seria que a delegação chegasse
de 20 a 30 dias antes do início
das provas", lamentou à época
Guilherme Gomes, médico
brasileiro presente no Pan.
O país vivia da façanha de heróis. O maior deles foi Adhemar Ferreira da Silva. No salto
triplo, ele ganhou o ouro e ainda saltou 16,56 m, superando
em 33 centímetros o recorde
mundial de Leonid Cherbakov.
O feito foi inesperado até para o atleta, preocupado só em
passar o venezuelano Arnaldo
Devonish, que cravara 16,13 m.
"Saltei com raiva. Ele vivia dizendo que ganharia de mim",
afirmou ele, após a disputa.
Outro recorde mundial foi
obtido pelo norte-americano
Parry O'Brien no arremesso de
peso: 17,59 m. Ele havia revolucionado sua prova em 1951,
quando desenvolveu a técnica
de iniciar o movimento de costas para o local de arremesso.
Em Olimpíadas, O'Brien somou dois ouros (1952 e 1956) e
uma prata (1960). Foi o primeiro atleta a triunfar em mais de
cem competições seguidas.
Se ajudou recordes na pista e
no campo, a altitude claramente prejudicou os competidores
da maratona. Doroteo Flores
conquistou o primeiro ouro
pan-americano da Guatemala
com a ridícula marca de
2h59min09s, a pior de um vencedor na história dos Jogos.
O pugilista Luiz Inácio trouxe o outro título pan-americano para o Brasil. Na final, o
meio-pesado venceu o argentino Abel Escalante por pontos.
A América do Norte conquistou domínio na natação, com
15 títulos em 16 provas. Destaque para Wanda Werner
(EUA), ouro nos 200 m e no 4 x
100 m livre e no 4 x 100 m medley e prata nos 100 m livre.
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