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PAN - Rio 2007
Relógio biológico
Exigências dos esportes, dos corpos castigados e da vida social determinam o prazo de validade dos competidores, que, com cuidados especiais, tentam se tornar exceções
DA REPORTAGEM LOCAL
Poucos atletas conseguem se manter competitivos após os 35
anos. O veredicto
proferido por Hugo
Hoyama aos que se dedicam ao
tênis de mesa é quase uma antítese do caminho que ele mesmo escolheu percorrer.
Ciente da data que marca a
maior parte das aposentadorias de seus colegas, decidiu redobrar os cuidados com o corpo para disputar o Pan do Rio.
Aos 37 -completa 38 no mês
que vem-, tentará se tornar o
brasileiro com mais medalhas
na história da competição.
"Desde que soube que os Jogos seriam no Rio, tracei a meta de estar lá. Desses anos para
cá, estou acompanhando mais
a parte física. É para ver se está
tudo em ordem, se posso forçar
no treino ou não", afirma ele.
O acúmulo dos anos provoca
mudanças que atingem cada
modalidade de forma diferente. A flexibilidade, por exemplo, alcança o nível máximo no
corpo aos dez anos. Depois, cai
gradativamente. Por isso, as ginastas começam a competir na
infância e têm vida ativa curta.
Atletas que necessitam de
força muscular alcançam o auge entre os 20 e os 30 anos.
Por isso, o Pan é encarado
por alguns só como uma etapa.
Fernando Saraiva, 17, é apontado como a maior revelação nacional no levantamento de peso nos últimos anos. Em 2006,
foi considerado o melhor atleta
sub-17 das Américas, título
nunca antes obtido pelo Brasil.
"O Pan servirá de experiência. Preparamos o Fernando
para disputar medalha em
2011, quando ele terá 21 anos",
diz o técnico Edmílson Dantas.
Um pesista começa a conquistar bons resultados após
dez anos de treino -Fernando
começou aos 11.
Mais precoce, a judoca Danielle Zangrando já estava na
equipe adulta aos 15. Aos 27,
sabe que o fim está próximo.
No Brasil, as atletas deixam o
tatame, em média, aos 30 anos.
A força e a potência vão embora com a idade, mas o fôlego
pode aumentar. É o que mostra
Vanderlei Cordeiro de Lima,
37, favorito ao ouro no Pan.
Com o tempo, os fundistas
desenvolvem um sistema mais
eficiente de captação e distribuição de oxigênio e tornam-se
mais resistentes ao esforço.
Mesma expectativa vive Fabiana Murer, 26. Ela pretende
disputar o salto com vara nas
próximas duas Olimpíadas.
"Em 2012 [nos Jogos de Londres], vou estar com 31 anos. Se
estiver bem, não vou parar. O
atleta mais velho que compete
no circuito mundial [Jeff Hartwig, dos EUA] vai fazer 40."
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