São Paulo, domingo, 17 de junho de 2007

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estudo de caso

Vôlei cresceu ao associar TV e parceiros

DA REPORTAGEM LOCAL

Esporte mais vitorioso no Brasil, hoje, o vôlei forjou seu sucesso num modelo comercial baseado na TV. O processo começou na década de 80 e se consolidou nos anos 90.
O projeto iniciou-se com a Confederação Brasileira de Vôlei, então chefiada por Carlos Arthur Nuzman. E já gerou dois ouros olímpicos.
Na década de 80, os dirigentes procuraram empresas e emissoras de TV para promover o vôlei. Montaram um acordo com a TV Record e atraíram empresas como Pirelli e Atlântica Boavista, que aceitaram bancar equipes em troca de exposição.
"Trabalhamos na modificação do formato do Brasileiro, que antes tinha três divisões. Simplificamos a estrutura", conta Roberto Gesta de Mello, então vice da CBV, hoje no atletismo.
A mescla de uma geração forte na quadra com a novidade dos bons salários culminou na prata de 1984.
"A geração anterior só tinha tempo para treinar de noite porque trabalhava", conta Montanaro, um dos ídolos daquele time. "No início, éramos garotos na casa dos pais. Depois, conseguimos viver do vôlei."
Sem resultados no restante da década, foi necessária uma nova mudança de estratégia, no início dos 90.
A CBV fechou contrato com o Banco do Brasil, que, hoje, gera mais de R 20 milhões anuais. Com a maioria dos jogos transmitidos pela TV Globo, o próprio banco compra propaganda na emissora, tornando-se onipresente durante a partida.
"É um ciclo no qual a TV é fundamental para gerar esse interesse no vôlei", conta o superintendente de marketing da CBV, Fábio Azevedo.
O BB e outros seis patrocinadores ficam com metade dos ingressos dos jogos da seleção. A outra metade é vendida. As partidas viram eventos para esses parceiros.
No processo, contaram com um empurrão dos cartolas, que mudaram as regras do esporte para facilitar sua comercialização. A vantagem acabou para reduzir a duração das partidas.(RM)


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