Adriana Küchler

Ao contrário do que pensam os divertidos personagens do desenho "South Park", tem coisa boa vindo do Canadá. Para além dos cafonas Celine Dion e Bryan Adams e da boneca Avril Lavigne, o país deu ao mundo o ótimo Arcade Fire, que visitou o país no ano passado, e o quarteto Hot Hot Heat.

Com um som pop oitentista, letras espertas e um vocal que lembra demais o de Robert Smith, do The Cure, a atração do festival, infelizmente, ainda tem de ser descoberta pelas gravadoras brasileiras: a banda tem três discos lançados, "Scenes One Through Thirteen" (2001), "Make Up the Breakdown" (2002) e "Elevator" (2005); nenhum deles disponível por aqui. Não que isso faça alguma diferença para a geração que conhece seus ídolos pela internet.

Formado em 1999, em Vancouver, o HHH é liderado pelos cachinhos dourados do vocalista e tecladista Steve Bays (que, aos oito anos, ganhou um concurso dublando "Bad", de Michael Jackson) e também tem na formação o baterista Paul Hawley, o baixista Dustin Hawthorne e o guitarrista Luke Paquin, substituto de Dante DeCaro, que deixou a banda depois de gravar "Elevator".

No começo, o grupo lançou singles, EPs e o primeiro disco de forma independente. Até que foi descoberto, assinou com o famoso selo Sub Pop, de Seattle (EUA), e gravou seu segundo álbum com o americano Jack Endino, que produziu de Nirvana e Soundgarden a Titãs. Desse álbum, surgiu o hit de pista "Bandages" e outros não menos dançantes como "Talk to Me, Dance with Me". Além de ser um dos principais sucessos da banda, a faixa "Bandages" se tornou conhecida por outro motivo: foi banida da programação da Radio 1, da BBC inglesa, em 2003, por uma suposta relação do título (bandagem, em português) com a guerra no Oriente Médio.

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