São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 2006

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Natureza Sintética

Dominik Eulberg

Thiago Ney

Freqüentemente classificado como produtor de tecno minimal, Dominik Eulberg mostrará em São Paulo seu lado DJ, que é bem mais vasto do que qualquer rótulo no qual ele seja encaixado.

Aos 27 anos, o alemão costuma cons-truir seus sets baseado em músicas de diferentes dinâmicas, que vão das batidas ritmadas e repetitivas do minimalismo às linhas melódicas da house progressiva e à energia do tecno tradicional.

Seu ecletismo vai além: quando se apresenta como DJ, ao lado de faixas de nomes menos conhecidos, como Marc Houle e Gabriel Ananda, não se acanha em buscar em seu laptop, por exemplo, "La Rock", do Vitalic, canção tocada até em festas roqueiras.

Eulberg chega ao país, pela primeira vez, com boas credenciais. Em 2004, foi escolhido DJ revelação pelos leitores da especializada revista alemã "Groove", além de terceiro melhor produtor.

Seu primeiro álbum de estúdio, "Flora and Fauna", lançado na Europa há dois anos, traz dez canções, cada uma baseada em um animal ou em uma planta. Não é coisa de hippie moderno. Eulberg passou a infância numa fazenda, cercado por árvores e pássaros, ele recorda. Pode soar estranho, mas sua música sintética é influenciada pela natureza -muitas vezes ele sampleia barulhos de pássaros e insetos e os modifica utilizando efeitos de estúdio, servindo de apoio a suas músicas.

Talvez a principal qualidade de Eulberg seja a capacidade de mesclar, em duas horas de set, faixas que abrangem o que de mais atual se tem feito na música eletrônica, independentemente de gêneros e de quantidade de batidas por minuto.

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