São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para maioria, brasileiros são mais bonitos que orientais

DA REDAÇÃO

A imagem valorizada em termos éticos e morais que os imigrantes e descendentes de japoneses fazem de si não corresponde à auto-avaliação quando se trata do quesito beleza.
De acordo com a pesquisa do Datafolha, quando questionados sobre se concordam que os descendentes nascidos no Brasil são mais bonitos em relação à média dos brasileiros, a maioria (57%) discorda -32%, totalmente, e 25%, parcialmente.
"No país do culto ao corpo perfeito, ser oriental retrai quem não se identifica com o padrão "loira da cerveja" que é propagado pela mídia", diz o psicólogo Fábio Cardias.
Foi em busca de um outro padrão de beleza que a representante de laboratório Noeli Nonaka, 29, decidiu fazer uma "cirurgia de ocidentalização".
Fez dobrinhas nas pálpebras, que "aumentam" os olhos; operou o nariz, antes "achatado como batatinha"; e inseriu "um pouco de prótese nos seios".
"Não me achava feia, mas considero o ocidental muito mais bonito do que o japonês."
Também tinge o cabelo, fez permanente nas madeixas e usa lentes de contato coloridas. "Quero que me olhem e vejam como sou diferente. O fato de as pessoas falarem que japonês é tudo igual talvez tenha me influenciado nesse processo."
Já a farmacêutica Talita Gakiya Medvedchikoff, 24, descendente de russos e de japoneses, não reclama de ter puxado mais seus avós orientais.
"Pelo sobrenome, as pessoas esperam a "loirona nórdica". Mas estou satisfeita como sou. Tenho orgulho de ser oriental", diz ela, que participa de concursos de miss e é modelo.
Se pudesse escolher um traço dos bisavós russos, pediria apenas alguns centímetros a mais do que seu 1,60 m. (CA)


Texto Anterior: Trabalhadores e estudiosos, mas tímidos
Próximo Texto: Nova geração rejeita rótulo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.