São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2010

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Demanda por biotecnólogo é crescente

Clonagem e biocombustíveis estão entre os temas estudados no curso

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se você vive discutindo questões polêmicas, como clonagem, energias renováveis e combustíveis não poluentes, a graduação em biotecnologia deve ser vista como uma boa opção.
O biotecnólogo é o cientista que manipula e recombina os genes de diversos organismos. Dessa forma, torna-se capaz de criar substâncias com propriedades inéditas, que acabam beneficiando a agricultura, a medicina e outros segmentos.
O profissional pode pesquisar novos medicamentos, vacinas, alimentos e insumos agrícolas. Outra opção é a ciência de aplicação, que utiliza o conhecimento científico no dia a dia de trabalho.
Laboratórios de análise clínica são um exemplo de local onde ele pode atuar.
Apesar de ser formado em engenharia agronômica, Elíbio Rech, 53, trabalha na área há mais de 20 anos. Pesquisador do Cenargen (Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia), ele modifica estruturas genéticas de plantas para obter proteínas e microbicidas inibidores do HIV e do câncer em humanos.
Rech participou do grupo de cientistas que desvendou a técnica de isolamento do DNA em tecidos humanos.
Foi a partir desse trabalho que os testes de paternidade puderam virar rotina.
O pesquisador lembra, no entanto, que, antes de chegar a fazer pesquisas de ponta, o profissional tem um longo caminho a percorrer, que inclui mestrado e doutorado.
"O pensamento científico permeia várias disciplinas e, até a pessoa ultrapassar o limite entre as diversas áreas, leva tempo", avisa.

DEMANDA
Telma Andrade, coordenadora de engenharia biotecnológica da Unesp, lista alguns setores em que o formado pode trabalhar: "Indústria alcooleira, de alimentos, de agentes químicos e laboratórios de pesquisas são algumas das possibilidades".
Ela afirma que o estágio e a iniciação científica são oportunidades para o estudante desenvolver a especialidade de sua preferência.
Eliane Vendruscolo, coordenadora de biotecnologia da UFPR (federal do Paraná), diz que a demanda pelo biotecnólogo é alta. "O curso está ainda em implantação, mas já tenho recebido ligações de empresas solicitando alunos para estágio", conta.
Luís Augusto Palma, 25, está no último semestre na Unesp. Fez três estágios para buscar o que realmente queria. "Faz um ano que estagio em indústria de alimentos.
Estava acostumado com a universidade, que é bem diferente. Hoje, já não penso mais na carreira acadêmica."
(GERMANO ASSAD)

FOLHA.com
Ouça entrevista com Elíbio Rech, pesquisador da Embrapa
folha.com.br/mm797970


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