São Paulo, domingo, 20 de outubro de 2002

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MEDICINA

PREOCUPAÇÃO COM A "HUMANIZAÇÃO" DA PROFISSÃO ESTÁ MAIS PRESENTE

Aprimorar relação médico-paciente é desafio da carreira

DA REPORTAGEM LOCAL

Entre as superespecializações e o médico de família, a carreira de medicina oferece opções para todos os gostos. Há caminhos sob medida tanto para quem gosta do contato pessoal como para quem quer distância dele.
"A única coisa de que eu tinha certeza antes de prestar vestibular era que não queria cursar medicina", afirma Ademir Lopes Júnior, 20, que está no terceiro ano do curso. Ele diz que quase optou por uma carreira na área de humanas, mas que descobriu a tempo o lado "humano" da medicina. "A medicina é um mundo. Descobri que não ia só estudar doenças, mas que podia ser parceiro do paciente, ouvi-lo e evitar sofrimento."
O aprimoramento da relação médico-paciente é um dos desafios da profissão. A preocupação com a chamada "humanização" da medicina está mais presente nas instituições de ensino, embora os corredores lotados dos serviços de saúde dificultem, na prática, essa aplicação.
"A sociedade mudou e ficou mais exigente. O paciente tem acesso a mais informações e tem condição de entender e até de escolher tratamentos", afirma a médica reumatologista Maria Luiza Machado, do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo). A carreira exige disposição para o estudo constante, dedicação e interesse científico.
Após a graduação, o profissional pode entrar no mercado como médico de família, em programas como o PSF (Programa de Saúde da Família) -que chegam a pagar salários superiores a R$ 6.000 a recém-formados para atuar no interior. Pode-se ainda escolher uma especialidade. Há as mais voltadas para a clínica, como a psiquiatria, e as voltadas para a cirurgia, como a neurocirurgia.
Mudanças curriculares buscam garantir formação generalista e crítica, com senso de responsabilidade social e promoção da saúde integral do ser humano. "O médico terá uma visão mais voltada aos interesses sociais", diz Emílio Carlos Elias Baracat, coordenador de ensino de graduação em medicina da Unicamp.
No lado mais "exato" da carreira, a pesquisa é uma boa opção para quem se interessa pelo desenvolvimento de novas técnicas e de medicamentos. Profissionais que se interessam mais por política podem se especializar em saúde pública, planejando, desenvolvendo e aplicando programas para a prevenção da transmissão de doenças e para a melhoria da qualidade de vida da população.


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