São Paulo, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

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Jovem de 27 anos é homem por trás dos pronunciamentos do novo presidente

DA EFE

Quando Jon Favreau conheceu Barack Obama em 2004, tinha apenas 23 anos. Atualmente ele é o principal encarregado de redigir os discursos do presidente americano, que ganhou notoriedade justamente por seus dotes de oratória.
Coautor do discurso de posse, Favreau -a quem todos chamam de Favs- conheceu Obama em julho de 2004, durante a convenção do Partido Democrata, em Boston.
Foi um momento crucial para o então desconhecido senador de Illinois, cujo discurso - "Não há EUA brancos e EUA negros, mas sim os Estados Unidos da América"- o lançou na cena política nacional.
Favreau, que trabalhava na campanha do então candidato presidencial John Kerry, estava atrás do palco enquanto Obama ensaiava seu discurso. Em um determinado momento, interrompeu Obama com a advertência de ele que deveria trocar uma frase, para evitar a repetição de palavras.
"Ele ficou me olhando um tanto confuso, como dizendo "quem é este jovem?'", lembrou Favreau ao "New York Times".
A derrota de Kerry o deixou desempregado, mas bons contatos o recomendaram ao atual chefe. À época, Obama tinha bastante tempo livre. Ele e Favreau se conheceram bem.
O redator se impregnou logo da retórica do político, para redigir discursos que refletem sua voz. A julgar pelos resultados, o entrosamento entre eles funciona perfeitamente.
Segundo o porta-voz da transição, Favreau, Obama e seu assessor político David Axelrod se reuniram antes do feriado de Ação de Graças (no fim de novembro) para tratar do discurso de posse. No início de dezembro, Favreau concluiu a primeira versão.
Após conversas adicionais com Obama, Favreau e sua equipe elaboraram uma nova versão durante as festas de fim de ano. Nos dois últimos finais de semana, o presidente editou e alterou o texto, após receber novos comentários e sugestões de Axelrod e Favreau.
Ontem, segundo o "Times", assessores de Obama disseram ter consultado também o historiador David McCullough, Doris Kearns Goodwin (biógrafa do presidente Lincoln) e Ted Sorensen (redator de discursos do presidente Kennedy).
Sobre seus antecessores encarregados de redigir os discursos presidenciais, Favreau confessa que a favorita é Peggy Noonan, que trabalhou para Ronald Reagan. E elogiou também Michael Gerson, que trabalhou para George W. Bush.


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