São Paulo, domingo, 21 de fevereiro de 2010

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Há um abismo entre o discurso e a ação

Estudos tentam controlar respostas falsas sobre sexo

DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

O fato de as pessoas discutirem mais o sexo não é garantia de que estejam falando a verdade. Há um abismo entre as práticas sexuais e aquilo que se declara numa pesquisa, mesmo anônima como esta.
Não se trata só de recalque ou hipocrisia. O problema é orgânico: o cérebro racional que responde à sondagem não é o cérebro instintivo que se manifesta com maior veemência quando o sujeito está prestes a se engajar em atividades sexuais. O papel da excitação sobre o comportamento ainda é pouco estudado.
Uma exceção é o estudo seminal dos economistas Dan Ariely e George Lowenstein, de 2005. Eles pediram a 23 jovens que respondessem sobre sexo duas vezes, uma em condições normais e outra ao se masturbarem diante de um laptop.
Havia questões como "Você se imagina atraído por uma garota de 12 anos?", "Participaria de um "ménage à trois" com uma mulher e um homem?". As respostas mudaram: quando excitados, eles responderam mais positivamente.
Não é surpresa. Os mecanismos cerebrais responsáveis pelo comportamento sexual, a exemplo de outros sistemas ligados a apetites, foram desenhados para maximizar as oportunidades: se manifestam com mais intensidade nas situações em que as chances de cópula parecem maiores.


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