...mas a maioria se diz satisfeita com as medidas do seu órgão

IVAN FINOTTI
EDITOR-ADJUNTO DA ILUSTRADA

Vamos direto ao que interessa: é 14 cm a média nacional do pinto duro -e 9,5 cm a do pinto mole. Isso em se tratando do comprimento. No caso da circunferência, situa-se o dito-cujo em 12 cm quando ereto -e em 9,3 cm quando triste.
(Agora, enquanto o leitorado macho corre atrás de uma fita métrica, pausa para uma pequena digressão.)
Símbolo de poder em várias culturas -inclusive na ocidental e na brasileira-, o tamanho do pênis é um assunto inesgotável nas mesas de bar e nos divãs de psicanalistas. E está sempre acompanhado de desinformação e polêmica.
Os pesquisadores do Datafolha não saíram por aí medindo ninguém (as centimetragens citadas no início do texto são de pesquisas de duas universidades), mas perguntaram aos entrevistados qual tamanho eles consideravam normal para um pênis excitado.
Pois o pobre brasileiro tem complexo de inferioridade: 50% acham que o normal deve ser superior a 15 cm, alcançando dimensões siderais acima até de 20 cm. É verdade que existem mínis e gigantes.
Medições de 879 pacientes de duas clínicas nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, em 2003, cravaram o comprimento do menor em 5 cm ereto (recuando para 2 cm em momento flácido) e o maior em 21 cm (16 cm quando moloide). Mas são obviamente exceções; só não vê quem não quer.
O problema das medições é que elas parecem sofrer de uma espécie de seleção artificial: homens com pênis pequenos estariam menos propensos a permitir a aproximação de réguas, enquanto os do outro espectro parecem dizer "Claro, pode medir, eheheh". Dessa forma, todas as medições de pênis já nasceriam viciadas.
Mas, mesmo achando que o do vizinho é maior, o homem brasileiro surpreendentemente se declara (65% dos entrevistados pelo Datafolha) "totalmente satisfeito" com suas dimensões. É a famosa inveja do pênis -só que às avessas.


Texto Anterior: Sobra sexo no imaginário e falta na vida
Próximo Texto: Em lugar público é melhor?
Índice