São Paulo, Domingo, 21 de Março de 1999
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Brasil já concorreu a seis Oscar desde 62

especial para a Folha

Quatro indicações em quatro anos. Esse é o saldo -positivo- que o cinema brasileiro obteve entre as premiações do Oscar de 1996 a 1999. O prêmio propriamente dito continua encruado.
Hoje à noite, porém, o filme de Walter Salles terá mais chances de desencruar, já que está na disputa em duas categorias (melhor filme estrangeiro e melhor atriz).
A primeira indicação de um filme brasileiro ao Oscar aconteceu em 1962, quando "O Pagador de Promessas", de Anselmo Duarte, foi escolhido como um dos cinco concorrentes ao prêmio de melhor filme estrangeiro. A obra-prima de Duarte não levou o Oscar, mas abocanhou a Palma de Ouro daquele ano, no Festival de Cannes.
Vinte anos mais tarde, a diretora Tetê Smith Vasconcellos (irmã da deputada Marta Suplicy) teve seu filme "El Salvador: Outro Vietnã" escolhido para concorrer na categoria de melhor documentário.
"Já sabia que não iria ganhar porque tinha uma produção de US$ 6 milhões que falava do holocausto concorrendo na mesma categoria", lembra Tetê. "Mas só o fato de o filme ser indicado abre muitas portas. Você ganha status e recebe ofertas de emprego", conta. "E, apesar de a festa do Oscar ser uma coisa superbrega, sempre tem gente interessante."
Em 1986, o diretor argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco teve o seu "O Beijo da Mulher Aranha" indicado nas categoria de melhor filme e melhor ator. O prêmio saiu para o ator William Hurt.
O período de entressafra do cinema nacional se estendeu do fim da década de 80 até a metade dos anos 90, quando surgiu uma nova leva de filmes brasileiros. Entre eles estava "O Quatrilho", de Fábio Barreto, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 1996. "A indicação traz novas possibilidades. Mas trabalhar naquela atmosfera hollywoodiana é muito cruel", avalia. Em 1998, foi a vez de "O Que É Isso, Companheiro?", filme do irmão Bruno, ser indicado ao Oscar na mesma categoria.
(CA)


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