São Paulo, sexta-feira, 21 de dezembro de 2001

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"Mães da praça de Maio" não se intimidam

DE BUENOS AIRES

A repressão do governo, após a declaração de estado de sítio na noite de quarta-feira, não intimidou as conhecidas "mães da praça de Maio". As senhoras não deixaram de cumprir o ritual de se reunirem às quintas-feiras na praça de Maio, como protesto ao desaparecimento de filhos e parentes durante a ditadura militar argentina.
Além de seu protesto habitual, as "mães" se juntaram aos manifestantes que pediam a renúncia do presidente Fernando de la Rúa. Acabaram sendo expulsas da praça junto com os manifestantes.
Uma das mulheres foi parar no hospital, atingida por uma das balas de borracha disparadas pelos policiais. Algumas têm mais de 80 anos.
"O estado de sítio simboliza a incapacidade de o presidente governar. Não adianta simplesmente o Cavallo [Domingo, ex-ministro da Economia] se ir. O povo sabe disso e está nas ruas. Precisamos de mudanças radicais na política e na economia, começando por deixar de pagar a dívida externa", disse Maria Gutman, representante da associação que reúne as "mães da Plaza de Mayo". (FV)


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